Os torcedores brasilienses acompanharam com animação a segunda partida do Brasil no Mundial, contra o México. O público começou a assistir ao jogo apostando em um placar com muitos gols. Até o fim da disputa, era visível o nervosismo e a expectativa de ver a bola entrar na rede. No Guará, o ponto de encontro mais animado era a QI 4, quadra que reúne três bares.
“Achei meio fraca a estreia [contra a Croácia]. A seleção pode melhorar. Acho que hoje o placar vai ser 3 a 1 para o Brasil”, comentou o analista de sistemas Plínio dos Santos, 23 anos. “Se continuar assim, não passa da Holanda, da Alemanha”, completou a advogada Bianca Aires de Souza, 26 anos.
Moradores do Sudoeste e de Águas Claras, Plínio e Bianca foram para o Guará a fim de ver o jogo no bar com os amigos: o desenvolvedor de software Matheus Pompolo, 26 anos, e a irmã dele, a analista de sistemas Brunna Pompolo, 23. Eles se surpreenderam com a facilidade de deslocamento pelo Distrito Federal nesta terça-feira, já que no jogo de estreia houve vários pontos de engarrafamento.
O contador Clóvis Fernandes, 38 anos, e sua esposa, a gerente comercial Quésia Santana, 35, são moradores do Guará e optaram por ver o jogo no bar pela tranquilidade de poderem ir a pé.
“O outro [jogo] nós vimos na casa de parentes”, contou Clóvis. Segundo o contador, em razão das promessas de manifestações, ele e Quésia esperavam uma Copa mais tumultuada. “Eu achava que ia ser bem mais complicado”, disse ele. “Brasileiro gosta demais de futebol, mesmo insatisfeito”, opinou ela.
O público do bar aplaudiu fortemente a entrada da seleção em campo e cantou em voz alta o Hino Nacional com os jogadores. Cada aproximação da área do gol dos mexicanos causava comoção. Moradores de Samambaia, cidade a cerca de 30 quilômetros do Plano Piloto, também se empolgaram e ficaram aguardando uma goleada.
No bar do comerciante Lindomar Isidoro, 39 anos, em uma área rural às margens da DF-180, próxima à expansão de Samambaia, a previsão era celebrar a vitória com música ao vivo.
“Depois dos jogos, teremos sempre uma banda tocando. Eu organizei o espaço porque o pessoal não tem muitas opções para ver o jogo aqui perto. O público são as pessoas que moram na expansão e na área rural. Até tem outros bares, mas o meu é o único com telão”, conta.
A professora Rúbia de Moura Antonini, 36 anos, que mora com o marido na QR 208, em Samambaia Norte, fez caldo para os vizinhos e amigos, abriu a garagem de casa para acompanhar com eles o desempenho da seleção brasileira. Para ela, esse tipo de hospitalidade é típico das cidades que circundam Brasília.
“Acredito que aqui as pessoas são mais chegadas. No Plano Piloto, é mais cada um no seu cantinho”, opina ela, que já morou na região central. O grupo não desgrudou os olhos da tela nos últimos lances. O placar sem gols não desanimou os torcedores, que devem voltar à casa de Rúbia para as próximas partidas.
Mariana Branco, ABr