Curta nossa página


Planalto, Congresso e Supremo

Torcida rural é para que a vaca não vá pro brejo

Publicado

Autor/Imagem:
Hamed Aawar*

Tenho observado, com elevado nível de preocupação, o recrudescimento da tensão que tem se estabelecido, a cada dia com maior veemência, entre os representantes dos três poderes que regem a sociedade brasileira – Executivo, Legislativo e Judiciário.

Não bastasse a pandemia (Uma pandemia (do grego παν [pan = tudo/ todo(s)] + δήμος [demos = povo]) é uma epidemia de doença infecciosa que se espalha entre a população localizada numa grande região geográfica como, por exemplo, um continente, ou mesmo o Planeta Terra), onde, quer queiramos ou não aceitar, o Governo tem se esforçado – apesar de todos os desencontros e atropelos que a mídia, diga-se, com isenção, tem demonstrado, nas ações desenvolvidas, seja ao nível local, municipal, estadual, ou, até mesmo, federal neste Brasil continental – para minimizar todos os malefícios, tem-se observado inúmeros casos de acusações, veladas ou não, entre os representantes dos três poderes constituídos.

A tensão tem chegado a tal nível que me faz lembrar usual expressão no meio rural: “a vaca foi pro brejo”. Brejo, segundo uma das várias definições, é entendido como “terreno alagadiço, lodoso; pântano, lugar impuro”. E, quando se diz que a vaca foi pro brejo, pode-se entender que “danou-se; ferrou; fodeu; já era; fim; epílogo” e, em sua extensão, “Isso ocorre por que a vaca, ao contrário de quando em terra firme, ao penetrar no brejo, fica “estaqueada” no fundo do lôdo e, afundando aos poucos, acaba por respirar água pelas narinas, quando não, morre por inanição ou sede, mesmo dentro d’água”.

Em suma, o projeto deu errado, escafedeu-se, furou…

E, ao que tenho percebido, repito, com elevado nível de preocupação, as tensões em nossa sociedade têm crescido a tal monta que se não houver um arauto conciliador, que anuncie medidas que agreguem esforços mútuos, sem partidarismos e quaisquer tipos de acusações ou ameaças veladas, a vaca Brasil, com toda a certeza, irá para o brejo.

É isso o que queremos? Em sã consciência e sem ideologismos, é isso o que os representantes dos três poderes pretendem? Não, não e não! Bolsonaro tem errado? “Tem, sim Senhor”! Porém, o confronto é o caminho mais pecaminoso; mais idiota; mais inaceitável, mais degradante que a sociedade brasileira poderia sofrer no atual momento.

Creio que temos, e devemos, dar um desconto à situação herdada pelo Governo com a, antes impensável, chegada da pandemia que hora atinge nosso País.

A economia começava a dar os primeiros sinais de soerguimento; obras de infraestrutura já saíam dos papéis; a taxa de desemprego era reduzida, lentamente, mas era; os índices de criminalidade, também.

Conclamo, pois, a todos os cidadãos e cidadãs que compõem a sociedade brasileira a se darem as mãos; esqueçamos, por enquanto, as divergências político-partidárias; pensemos e direcionemos nossos esforços e toda a nossa energia ao combate da Covid-19 que já ceifou, e ainda ceifará, milhares de vidas inocentes.

A hora é grave; o momento é gravíssimo! Sejamos humildes e responsáveis. Para o bem do nosso povo. Para o bem da Humanidade. Para o bem do Brasil! E não permitamos, em hipótese alguma, que a vaca vá pro brejo.

*Engenheiro florestal

Publicidade
Publicidade

Copyright ® 1999-2024 Notibras. Nosso conteúdo jornalístico é complementado pelos serviços da Agência Brasil, Agência Brasília, Agência Distrital, Agência UnB, assessorias de imprensa e colaboradores independentes.