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Tornado mata duas pessoas e deixa 1 mil desabrigados em Santa Catarina

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) confirmou nesta terça-feira (21) que Xanxerê, no Oeste catarinense, foi atingida por um tornado no final da tarde de segunda (20). Duas pessoas morreram, 120 ficaram feridas e aproximadamente mil pessoas ficaram desabrigadas, conforme o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar da cidade. Pelo menos 2,6 mil casas foram danificadas e cerca de 200 mil unidades consumidoras ficaram sem luz na região devido à queda de cinco torres de transmissão de energia.

Os ventos que formaram o tornado podem ter variado de 100km/h até 330km/h por volta das 15h, horário do fenômeno, conforme o Inmet. Há uma estação meteorológica do instituto na cidade que marcou  ventos de 84 km/h no horário. Entretanto, a estação fica longe dos bairros onde ocorreu o tornado. Ela  não registrou a velocidade dos ventos que formaram o fenômeno.

“Pelas características dos estragos e pela intensidade dos ventos, definimos a classificação do tornado. Este deve ficar entre F2 e F3, pelas imagens disponíveis”, disse Mamedes Luiz Melo, meteorologista do Inmet Brasília.

A escala de classificação de tornados começa em 65 km/h e chega a mais de 500 km/h. O F0 é o mais fraco e o F5 é considerado o mais forte. O fenômeno de Xanxerê foi classificado com danos de fortes a severos pelo Inmet.

Ao menos cinco torres de energia, que suportariam ventos de até 200 km/h, desabaram. Na cidade, muitos carros foram virados com o fenômeno, capotando lateralmente, o que também indicaria a característica cíclica dos ventos.

Tornado é um funil que se forma entre a base da nuvem e o solo. Santa Catarina é uma das regiões do país mais favoráveis a formação de nuvens cumulonimbus, as que podem dar origem a tornados, conforme o Inmet. Com a incidência de frentes frias, fenômenos de chuva e não de frio, há mais chances do fenômeno.

De acordo com o órgão, pelos mapas meteorológicos, é possível ver que esta nuvem cumulonimbus cobria toda a região Oeste catarinense no horário do fenômeno. O tornado depende da climatologia e topografia.

Ainda segundo o meteorologista do Inmet, a formação do tornado é de difícil previsão. “Geralmente os radares só detectam o fenômeno quando ele acontece. É diferente de um furacão, por exemplo, que é possível prever onde e quando ele deve acontecer”, diz  Melo.

Em Santa Catarina, há um radar meteorológico de Lontras, do Governo do Estado, que poderia detectar este tipo de fenômeno em curto prazo. Entretanto, além de não ter a amplitude de cobertura da região Oeste, o instrumento está desligado desde janeiro, por problemas em peça de alta tensão.

Conforme o Inmet, as próximas 48 horas na região devem ser de abertura de tempo, com pouca incidência de chuva, e queda de temperaturas. Não há indicativos para novas formações.

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