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Torneio de Robótica reúne 600 alunos no Centro de Convenções

A etapa nacional do Torneio de Robótica First Lego League, começou nesta sexta 13 em Brasília, reunindo 600 estudantes de 18 estados. A competição vai até domingo (15), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com entrada aberta ao público. Os vencedores vão participar de torneios internacionais de robótica, sendo o principal deles o World Festival, em Saint Louis, nos Estados Unidos, com as melhores equipes do mundo.

A competição é promovida pelo grupo dinamarquês Lego e pela organização norte-americana For Inspiration and Recognition of Science and Technology (First) em mais de 80 países e envolve mais de 200 mil jovens por ano. No Brasil, este é o décimo primeiro ano do campeonato, que ocorre há 17 anos no mundo.

A etapa nacional terá as 60 melhores equipes do país, que garantiram vaga em dez seletivas regionais. Os times são formados por estudantes com idade entre 9 e 16 anos de escolas públicas, particulares e do Serviço Social da Indústria (Sesi), que organiza o evento.

Neste ano, os projetos de pesquisa, um dos critérios de avaliação, devem propor novas formas de aprendizagem. Cada equipe deve apresentar uma solução inovadora para aperfeiçoar o aprendizado, que possa sair do papel e virar realidade.

Os outros critérios de avaliação são design de robô, em que os alunos projetam, constroem e programam o equipamento e depois apresentam o desenho mecânico, a estratégia adotada e a programação desenvolvida; desafio do robô, em que são disputadas três partidas de dois minutos e meio para executar missões na mesa de competição com os robôs e os valores centrais do torneio como o trabalho em equipe e a competição amigável e ética.

O diretor de Operações do Sesi, Marcos Tadeu de Siqueira, explica que o Brasil tem carência de profissionais na área de ciência e tecnologia e o interesse da entidade é despertar os jovens para a área científica. “É uma preocupação nossa formar profissionais que possam suprir essa carência para a indústria e para o desenvolvimento do país”.

No Distrito Federal, as duas equipes que vão competir são da unidade Sesi do Gama. Os alunos da Lego of Olympus desenvolveram a Mattátil, uma caixa com materiais pedagógicos voltados para o aprendizado da matemática de deficientes visuais. Segundo a coordenadora de robótica do Sesi do Gama, Elisângela Machado, os estudantes usaram material reciclável e adaptado para deficiência visual e já levaram a caixa para uma escola de deficientes visuais a fim de trabalhar o projeto. “Após o torneio, vamos entregar a caixa para a escola. A ideia é divulgar o projeto para o maior número de pessoas”.

A outra equipe é a Lego Field, que criou um website chamado Touch Class, voltado para a escola rural. Elisângela explica que os alunos do Sesi fizeram pesquisa de campo nas escolas rurais e perceberam deficiências no aprendizado. A equipe trabalhou o conteúdo para uma turma do quinto ano do ensino fundamental. “O projeto trabalha tanto online quanto offline. Os alunos vão inserir materiais didáticos no sistema e instalar o website na escola”.

Débora Gonçalves Rocha, 16 anos, que está no segundo ano do ensino médio, é uma das cinco meninas que fazem parte das equipes do Sesi. Ela conta que participou de torneios passados como voluntária e gostou da experiência. “Quando surgiu a oportunidade de ser integrante de equipe, eu me encontrei, faço o que gosto e adquiri muito conhecimento. Sempre gostei das ciências exatas e quero cursar engenharia civil”, disse. Segundo o Sesi, metade dos 600 competidores é menina.

Matheus Queiroz, 13 anos, do oitavo ano do ensino fundamental, conta que está mais envolvido com a competição do robô montado com peças de Lego. “É um robô em que procuramos criar um sistema de garras de fácil encaixe para buscar mais velocidade. Só temos dois minutos e meio para todas as missões. Essa área me chama muita atenção e será um importante apoio profissional no futuro. Eu gostaria de cursar robótica ou engenharia”.

Ana Cristina Campos, ABr

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