Notibras

Totonho, do BB, tinha o bumbum como casca de ovo

Creio que já falei aqui espaço que ocupo em Notibras, que trabalhei no Banco do Brasil. Caso você não saiba, foram quase 17 anos. No entanto, fiquei apenas três anos em agência, ali em Copacabana. Depois fui para outros setores do banco, onde essa história aconteceu.

Nessa época, estava lotado no Andaraí, em uma unidade quase em frente ao antigo campo do América, que já havia se transformado no shopping Iguatemi. Como eu morava longe, pedi para ser lotado no DEREG, que era um enorme depósito de material na entrada da favela Kelson, também conhecida como comunidade Marcílio Dias, bem ali na Penha Circular. Foi justamente nessa lugar que conheci uma dos meus maiores amigos, Antonio Manoel. Ele é uma das pessoas mais carismáticas que conheço, a minha esposa também pensa o mesmo. Nós o amamos demais!

Pois bem, vamos à história! Lá estava eu entrando no grande galpão. Cheguei bem cedo, fui direto para o departamento em que eu deveria me apresentar. Lá encontrei um colega, o Braga, vulgo Piu-Piu, que eu homenageei no meu primeiro romance, publicado em 2004, chamado “Despido de ilusões”.

O Braga, que até esse momento não me conhecia, me perguntou quem eu era e o que estava fazendo ali. Eu me apresentei e lhe disse que havia sido transferido. Ele logo falou: “O que você aprontou para ser mandado pra cá?” Estranhei a pergunta e falei que eu havia pedido para ir para ali. Ele deu uma sonora gargalhada e exclamou: “Ah, então, você é doido!” O Braga disse isso porque o DEREG era conhecido como um local para mandar os funcionários mais problemáticos. Na verdade, eu não sabia disso até então, mas foi aí que fui entender a pergunta do chefe do meu antigo setor: “Você tem certeza de quer ir mesmo pro DEREG?”

Logo após essa breve conversa, o Braga me convidou para dar uma volta no enorme depósito. Era realmente imenso! O maior do Brasil, descobri depois. Após a breve apresentação ao meu novo local de trabalho, voltamos para a sala. Perguntei ao Braga onde ficava o banheiro. Ele me apontou o local.

Empurrei a porta, pois estava com muita vontade de fazer xixi, mas quase caí para trás, pois havia um homem com short arriado em frente ao mictório se aliviando, tirando a água do joelho, como a minha esposa acabou de falar aqui, já que estou escrevendo este texto em voz alta para ver se ela o aprova ou não.

O tal mijão percebeu que eu havia entrado no recinto, virou o rosto e me esticou a mão: “Prazer, Antonio Manoel!” A situação era tão esdrúxula, que nem me recordo se apertei ou não a sua mão. A única coisa que ainda recordo é aquele traseiro mais branco que ovo de galinha de granja. Pois é, antes mesmo de conhecer o Antonio Manoel, conheci o seu bumbum.

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