A Toyota apresentou o primeiro protótipo de carro híbrido que reúne um motor a combustão movido a etanol com um elétrico. Tendo como base o Prius, hoje o híbrido mais vendido do Brasil, o exemplar entra agora na fase de testes de rodagem nas estradas do País.
O carro irá percorrer 1.500 km até Brasília, partindo de São Paulo, em uma viagem inaugural. Até o final do ano, continuará em testes, que devem totalizar 100 mil km.
Há modificações realizadas no motor 1.8 de ciclo Atkinson, que mantém as válvulas abertas por mais tempo em relação ao Otto, para trabalhar com etanol.
As peças receberam tratamento para aguentar a oxidação causada pela água misturada ao etanol. Novos também são os bicos injetores, que têm flauta aquecida (para não usar tanque de partida a frio). A linha de combustível e a bomba, com maior pressão, também são novas.
A Toyota não confirma dados de potência, torque e consumo desse motor. Porém, para manter os números da versão híbrida a gasolina, a compressão foi aumentada e a central eletrônica, recalibrada.
O CEO da Toyota América Latina, Steve St. Angelo, reforçou o desejo da Toyota de produzir um carro híbrido no País. No entanto, não confirmou se é maior a possibilidade de esse modelo ser o Prius ou a nova geração do Corolla.
Quando questionado se a definição depende da aprovação do programa automotivo Rota 2030, do governo, o executivo deu de ombros.
A espera pela definição do Rota 2030 é porque o programa pode aumentar o benefício aos carros híbrídos.
Além disso, o governo sinalizou com uma redução no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para elétricos e híbridos para 7%. Essa é a menor alíquota disponível para carros atualmente.
Atualmente, os carros elétricos e híbridos recolhem entre 13% e 25% de IPI.
O programa Rota 2030, que deveria ter entrado em vigor em 1º de janeiro de 2018, ainda não tem data para ser validado e continua em discussões. Fontes ligadas ao governo informam que o impedimento para a validação está na disputa entre os Ministérios da Fazenda e o da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC).
A Fazenda não estaria disposta a abrir mão da arrecadação de R$ 1,5 bilhão que, pelo projeto inicial do Rota 2030, seria mantido com as montadoras para incentivar pesquisa e desenvolvimento.
Já o MDIC, de acordo com as mesmas fontes, acredita que esse valor deveria ser usado na evolução da indústria e de componentes e tecnologias desenvolvidos aqui.