Nair Assad, Edição
Com o agravamento da crise e aumento do desemprego, muitos brasileiros perderam seus planos de saúde. É o segundo ano consecutivo que o setor apresenta retração. De acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde (ANS), os planos perderam 1,4 milhão de beneficiários em 2016, O número representa uma queda 2,8%.
Em um cenário de precariedade na rede pública, laboratórios, hospitais e clínicas populares tornam-se uma opção cada vez mais presente no dia a dia dos pacientes.
Na contramão da crise e moldando um novo cenário da saúde particular no Brasil, as empresas oferecem preços acessíveis, atendimento de qualidade e registram aumento expressivo na procura pelo público de classe média nos últimos meses.
Com consultas médicas em dezenas de especialidades e até 70% mais baratas se comparado a preços de atendimento particular, algumas clínicas estão em pleno crescimento. Os números impressionam. “A carência de um sistema de saúde de qualidade, tanto da rede pública quanto privada, que humanizasse o atendimento e atendesse as necessidades da população fez alavancar as clínicas populares”, afirma Paulo Granato, médico e CEO de uma dessas redes.
Para o empresário, a crise não pode assustar o mercado “Em toda crise existem oportunidades. Temos que encarar as dificuldades de frente. No nosso caso, ao mesmo tempo em que parte da população perdeu poder de consumo e foi obrigada a voltar para o SUS ou diminuir a frequência de utilização de nossos serviços, uma nova clientela surgiu e ficou aliviada por saber que pode ter acesso a saúde de qualidade independente do plano de saúde”, afirma.
Dezenas de instituições aderem ao sistema, renovando-se para atender pacientes com serviço de atendimento ambulatorial completo, exames e pequenas cirurgias (sem internação). “Oferecemos preços acessíveis à população, além de médicos renomados e excelente localização. Estamos em tempo de recomeço e é imprescindível a população saber que há sempre uma solução para os problemas na área ada saúde”, afirma o médico e professor Hilton Koch.
“Muitos pacientes se surpreendem em relação à rapidez do atendimento. O trabalhador chega no hospital e tem acesso a profissionais renomados e exames laboratoriais no mesmo dia e local. Essas facilidades, mesmo com o plano de saúde, não existiam. Às vezes, o paciente só conseguia agendar consultas apenas para dois, três meses depois. Tudo isso é possível com o formato de atendimento popular”, completa.