Na contramão do que vem acontecendo no mundo (reestatização), Bolsonaro já privatizou 36% das estatais. Tudo isso para tentar conquistar a reeleição e o agrado e apoio dos ricos que se vestem com suas cores. Em cao o continuísmo o que está aí, quem for embora, sairá só com a mão no bolso.
Já em outros países, conforme inspeção realizado pela Transnational Institute (TNI), da Holanda, houve 1 mil 599 casos de “desprivatização” de serviços em todo o mundo desde o ano 2000.
Os motivos mais frequentes são:
1 – A má qualidade de serviços prestados por companhias privadas: 355 casos (22%);
2 – A busca por redução de custos: 278 casos (17% do total);
3 – A busca pelo controle democrático das empresas (11,6%);
4 – A implementação de políticas públicas por meio das companhias (11,5%).
Pior de tudo, as privatizações estão acontecendo conforme já disse Vital do Rêgo (Ministro do TCU). “Estão comprando uma ‘égua prenha’: levam dois pelo preço de um.” Isso porque, quando esse governo entreguista faz as vendas, age sem nenhuma preocupação, porque não é deles, e sem escrúpulos com o futuro dos brasileiros, desenvolvimento e o crescimento do país, já que as empresas entregues são praticamente relacionadas com fnte energéticas e podem ter como consequência no encarecimento do produto e má prestação dos serviços.
Consequência de danos para o povo é aperto geral, porque a sede de privatização gera atraso no surgimento de novas empresas (e mais empregos) em função das dificuldades para superar custos, assim como no agronegócio, que usa combustíveis até para molhar a plantação. Todos são afetados, desde os médio e pequenos empresários que já lutam contra os custos de insumos, ou mesmo do cidadão comum para ir ao trabalho tanto com o seu carro como para pagar passagens de ônibus.
A verdade é que os políticos têm que aprender que fontes energéticas e recursos minerais não se entregam nas mãos de terceiros, para depois venderem o produto final mais caro para o brasileiro, uma vez que encarece toda a cadeia de produção, míngua o crescimento e desenvolvimento do país e dificulta a vida e o bem estar da sociedade como um todo.
Países entram em guerra por causa dessas preciosidades. Aqui os políticos entregam de bandeja. Diferentemente na questão que envolve modernização tecnológica e prestação de serviço, como área das telecomunicações. Porque são empresas resultantes, que não envolvem recursos fundamentais e essenciais para um país funcionar e crescer.
É bom saber que por causa dessas privatizações, irracionais e contraditórias, os resultados foram esses (e já esperados):
- O preço negociado pela Petrobrás na venda da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor) à Grepar Participações representa 55% menos do valor em comparação com os cálculos estimados em estudo realizado pelo Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep);
- Eletrobrás que vendia energia a R$ 65 por 1.000 kWh. Nas empresas privadas, por sua vez, cobram em média R$ 250 por 1.000 kWh;
- No caso do gasodutos e oleodutos, a Petrobrás está pagando cerca de R$ 3 bilhões ao ano para utilizar os gasodutos da Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG), empresa que a estatal vendeu por cerca de R$ 36 bilhões, mesmo sabendo que iria aumentar a produção, e consequentemente ia precisar ainda mais dos gasodutos para distribuir petróleo e gás.
Na Refinaria Landulpho Alves (combustíveis), a agora gasolina a Refinaria de Mataripe, na Bahia, vendida pela Petrobras para a Acelen, empresa criada pela Mubadala Capital, dos Emirados Árabes, custa 6,4% a mais do que a vendida pela estatal, ou seja, servindo aos interesses internacionis.
E não é só isso. Preparem os bolsos porque ainda estão para ser privatizadas as refinarias de Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. As três juntas têm 23% da capacidade de refino do país.
Economistas apontam que, se essas empresas já estivessem sido privatizadas, a gasolina seria até 11,5% mais cara em refinarias da Petrobras. Já o preço do diesel seria até 12% superior ao atual nesse mesmo cenário. E todo esse quadro apocalíptico serve para a BR Distribuidora (combustíveis) e Transportadora Associada de Gás – TAG (combustíveis), também serem privatizadas.
Diante de tudo aqui revelado, a privatização da Eletrobras e a diminuição e a pequenez da Petrobrás não estão a serviço do país e de seu povo que a gerou, mas do mercado financeiro e de interesses outros não nacionais. A Petrobras tem função social e estão desvirtuando sua missão, seu motivo de existir.
Jorge Paulo Lemann, por exemplo, é dono de uma parte relevante da Eletrobras. Ele já tem uma fortuna de cerca de R$ 75 bilhões e também é o brasileiro mais rico da atualidade, de acordo com ranking da revista Forbes. Sua empresa, a 3G Capital, detém cerca de 11% de um tipo das ações preferenciais da Eletrobras, algo avaliado em cerca de R$ 760 milhões, segundo a própria companhia. As ações preferenciais, conforme marcado em seu nome, têm preferência no recebimento de dividendos da empresa.
Os dividendos são parte dos lucros de uma empresa distribuídos a acionistas. Só nos primeiros três meses deste ano, a Eletrobras lucrou R$ 2,7 bilhões – 69% a mais do que no mesmo período do ano passado. Lemann ficará com parte disso. Mas não só ele. Seus sócios na 3G Capital também são donos de parte da Eletrobras. Marcel Herrmann Telles tem fortuna de cerca de R$ 47 bilhões e é o terceiro mais rico do Brasil; Carlos Alberto Sicupira tem R$ 40 bilhões, quinto mais rico; Alexandre Behring, com R$ 5,1 bilhões, é o nono mais rico.