Saulo Araújo
Representantes de diversos órgãos do governo de Brasília assistiram, nesta segunda-feira (22), à apresentação do projeto de um dos consórcios interessados em construir a Transbrasília por meio de parceria público-privada (PPP).
O evento, que ocorreu na Secretaria de Fazenda, serviu para as nove empresas do grupo detalharem a proposta de enterrar as linhas de transmissão de Furnas, que vão do Guará a Samambaia.
O consórcio ainda exibiu o plano para levar o desenvolvimento econômico às regiões administrativas incluídas no trajeto de 26 quilômetros que será alvo da intervenção: Águas Claras, Guará, Park Way, Plano Piloto, Samambaia e Taguatinga.
Diferentemente do antigo projeto batizado de Interbairros, que previa apenas um grande corredor viário do Plano Piloto a Samambaia, a Transbrasília tem escopo social, ambiental e econômico.
Entre as benfeitorias descritas na proposição apresentada hoje estão: dotar as margens da Transbrasília de ciclovias, facilitar a integração com o metrô e o acesso a parques, priorizar o transporte coletivo e arborizar o perímetro da via.
“Mais do que um projeto de mobilidade, é um projeto de integração comunitária, que resultará em espaços com praças, equipamentos culturais e comércio. Ou seja, vai trazer desenvolvimento econômico e criar empregos”, destacou o secretário de Fazenda, João Antônio Fleury.
O Conselho Gestor de Parcerias-Público Privadas vai avaliar a proposta e, em cerca de 60 dias, encaminhá-lo para o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF).
Depois de passar pelo crivo dos conselheiros do TCDF, a expectativa é que a Subsecretaria de Parcerias Público-Privadas, da Secretaria de Fazenda, possa lançar edital de licitação em setembro.
“É um projeto de grande envergadura e complexidade, e a nossa missão é torná-lo realidade sob a ótica de um novo eixo de desenvolvimento”, resumiu o subsecretário Rossini Dias.
Embora tenha apresentado o plano do empreendimento, não necessariamente o consórcio formado pelas nove empresas será o responsável pelas obras.
A PPP da Transbrasília abrange ganhos em diversas perspectivas. Para o empresariado, com a exploração de empreendimentos feitos ao longo da via — haverá a possibilidade de erguer conjuntos habitacionais, centros comerciais, estacionamentos, entre outros, e lucrar com eles.
Para o governo, estabelece-se uma parceria com melhor prestação de serviço e menor impacto nas contas públicas.
A consequente criação de emprego e renda nas regiões administrativas pela qual a via passará, além de mais opções de lazer, é uma vantagem para os moradores.
O fomento da economia deve, ainda, desafogar o trânsito, hoje concentrado no sentido Plano Piloto — a ideia é mudar o panorama vivido no Distrito Federal, com o aumento das opções de locomoção.