A falta de segurança levou o sindicato das empresas revendedoras e transportadoras de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), no Rio de Janeiro, a paralisar as atividades hoje (22), por 12 horas, devido aos constantes roubos de caminhões de transporte de botijões de gás e ameaças pelos criminosos. Os motoristas não saíram com os caminhões carregados da sede da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), em Campos Elísios, distrito de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A categoria resolveu enviar carta ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, na próxima segunda-feira (25), pedindo mais policiamento na rodovia Rio-Petrópolis, e na Avenida Brasil, principal ligação do centro com bairros das zonas norte e oeste da cidade, onde os roubos ocorrem com mais frequência.
Somente ontem (21), dois veículos foram roubados por bandidos e, no último mês, o número passa de 30, informou o Sindicato de Revendedores de Gás do Rio de Janeiro (Singaserj).
De acordo com o presidente do sindicato, Crisvaldo Souza da Silva, cada veículo roubado, dependendo do porte, pode transportar de 530 a 1.150 botijões e cada botija, somados os valores do gás e da própria embalagem, custa cerca de R$ 200.
“A maioria dos roubos acontece na Rodovia Washington Luiz (que margeia a Reduc) e na Avenida Brasil. Os ladrões nem desligam o GPS, então vemos que os carregamentos vão parar principalmente nas comunidades Chapadão, Pedreira e Gogó da Ema, nos bairros de Guadalupe e Ricardo de Albuquerque, zona norte do Rio”.
Silva conta que os motoristas são ameaçados de morte pelos criminosos e, por medo, estão começando a se demitir. “A vida dos nossos motoristas está em jogo e, se as autoridades não tomarem uma providência, vamos tirar nossos funcionários das ruas. Não vamos esperar até que uma tragédia aconteça”, ressaltou.
Questionado sobre paralisação de hoje, se teria causado problemas no abastecimento de gás para a população, ele o presidente do Sindicato negou, pois segundo ele as revendas têm estoque para trabalhar por dois dias.
O presidente do Singaserj informou ainda que se o policiamento não aumentar, haverá nova paralisação, desta vez de três dias, na próxima quarta-feira (27), e admitiu que o novo protesto poderá causar problemas de desabastecimento para algumas regiões do estado.
Segundo a Polícia Militar (PM), responsável pela segurança na Avenida Brasil, o policiamento foi reforçado, desde o início do ano na via, na altura da Linha Vermelha, e é distribuído de acordo com a mancha criminal (estatística da incidência de roubos).
“O patrulhamento é realizado no período de 24 horas, com viaturas e motos. Algumas ficam baseadas em pontos estratégicos, enquanto outras circulam pela via. Vale destacar que a PM realiza operações frequentes no local, com foco em coibir motociclistas e motos em situação irregular. A média de apreensões é de 20 veículos em situação irregular por dia. Drogas e armamentos também são alvos destas ações”, informou, em nota.
A Polícia Rodoviária Federal (PFR), que realiza a segurança em outros pontos, onde os caminhoneiros sofrem assaltos, na Rodovia Rio-Petrópolis, informou que vai reforçar o policiamento na semana que vem, por meio da Operação Cinturão.
Abr