A Polícia Civil do Rio investiga como membros de uma quadrilha internacional de cambistas tinha acesso a áreas exclusivas da Fifa. Onze pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (1º) e, segundo as investigações, o grupo chegava a faturar R$ 1 milhão por jogo da Copa do Mundo com a venda de ingressos. As informações são do delegado titular da 18ª DP (Praça da Bandeira), Fábio Barucke.
Na operação da polícia do Rio, nove integrantes da quadrilha foram presos na capital fluminense e dois, em São Paulo, por envolvimento no esquema fraudulento. Com os suspeitos, foram apreendidos tíquetes fornecidos como cortesia a patrocinadores e a Organizações Não Governamentais (ONGs).
O delegado Fábio Barucke afirmou ainda que há indícios de participação de algum integrante da Fifa no esquema. “Nós temos elementos que dão a entender que eles teriam envolvimento com algum membro da Fifa. Nós ficamos atrás de um argelino [um dos detidos] e verificamos que no carro dele há um adesivo que dá acesso a qualquer evento privado da Fifa. O inquérito está em curso. As prisões são temporárias, outras pessoas ainda podem ser qualificadas. A prisão preventiva vai ser requerida e documentos estão sendo analisados”, afirmou Barucke.
Segundo Barucke, estimativas apontam que a quadrilha poderia movimentar cerca de R$ 200 milhões por Mundial. Entre os detidos, nesta terça, está um policial militar. Um dos indiciados, segundo o delegado, trabalhava com integrantes de três seleções. Com os times, ele conseguia 50 ingressos por jogo e vendia cada um por mil euros. O chefe da quadrilha foi identificado como o argelino Mohamadou Lamine Fofana, que seria conhecido por jogadores.
“Eles confessaram que já realizaram quatro Copas do Mundo. Onde tem Copa do Mundo essa organização vai no país sede. Há possibilidade deste grupo trabalhar apenas nas Copas. O lucro é tão grande que eles podem esperar de uma copa para outra”, disse Barucke.