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Troco para o vendedor de voto é a culpa pelo fracasso do país

TSE - Tribunal Superior Eleitoral Urna eletrônica

Em lugar algum do mundo alguém pode governar tendo a mentira como principal política de governo. Tentaram de tudo para implantar a tal da política da enganação no Brasil contemporâneo. Por pouco não conseguiram. Fomos salvos pelo gongo, mas o porrete permanece nas mãos dos que vivem da ignorância alheia, principalmente daqueles que tratam políticos como se fossem seus donos. Mudou o trono, mas os conceitos de poder continuam os mesmos. Por isso, que tal aproveitarmos as eleições municipais, marcadas para o próximo dia 6 de outubro, para buscarmos definitivamente a alforria político-partidária.

O primeiro passo tem de ser dado na direção dos provérbios cunhados por pensadores ou filósofos. Conforme a maioria deles, de todas as coisas negativas na política, os políticos são a pior. Sei que não é tarefa das mais fáceis transferir consciência para aqueles que nasceram e cresceram se deixando enganar pela “perfeição” da oratória e do marketing pessoal dos postulantes a cargos públicos. Que me perdoem a redundância, mas, provavelmente, os que pensam desse modo morrerão desse modo. Que pelo menos tentem alterar uma vez o que está posto.

Torço para que me desmintam. Também torço para que se preocupem um pouco mais com o futuro do país e reneguem o ex-presidente norte-americano Ronald Reagan, que achava que a política era a segunda profissão mais antiga do mundo. Antes de morrer, porém, ele se penitenciou e sentenciou que ela (a política) se parece muito com a primeira. Com todo respeito às chamadas moças de vida fácil, é uma pena decidirmos por esse tipo de conclusão. Enfim, sabemos que no Brasil limitado à esquerda, à direita e ao poder econômico quase tudo pode ser comprado, inclusive o que não pode ser vendido: o voto.

Caro eleitor, vender seu voto não compra sua dignidade, mas lhe impõe uma parcela de culpa pelo fracasso do país. Eis a razão da máxima de que a política não é de todo ruim. Quem a estraga são os políticos e nós que, levados por paixões arrebatadoras ou por expectativas de vantagens financeiras, votamos neles. Pensemos bem antes de votar. Em frente à urna eletrônica vale lembrar que política deve ser analisada pelo raciocínio e não pela simpatia a um político ou partido. Eles gastam, se locupletam, enriquecem, fogem e deixam a conta para nós. Simples assim.

Portanto, tecle o Confirma somente após uma leitura profunda na cartilha dos mais velhos, na qual está escrito que a liberdade de escolha é proporcional à de recusa. Enfim, a política é uma arte antiga de errar na escolha dos homens. Às vezes, cochilamos e acertamos. Entre os que são e os que querem ser políticos só há uma diferença: os primeiros mentem descaradamente para ganhar a eleição. Os eleitos param de mentir porque sabem que seus atos passam a ser uma triste realidade à vista de todos.

Certamente não viverei esse dia, mas espero que meus descendentes me contatem no mundo celestial e me contem que, finalmente, a expressão lavar as mãos passou a ser exclusivamente um ato de higiene. Deixou de ser político. Por fim, reitero que políticos ruins não dão em árvores. É a gente que escolhe. Embora proverbial, a expressão é assertiva e pode ser associada a um outro provérbio ainda mais eloquente: fralda de bebê e político devem ser trocados com relativa frequência, antes que o cheiro fique insuportável.

*Armando Cardoso é presidente do Conselho Editorial de Notibras

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