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Tropa de choque de Temer coloca dilmistas para correr da comissão do impeachment

Após decisão do presidente da comissão especial do impeachment, Raimundo Lira (PMDB-PB), que decidiu votar os pedidos de testemunhas e inclusão de provas em bloco, o ex-advogado-geral da União, Eduardo Cardozo, abandonou a sessão em protesto e foi acompanhado pelos senadores aliados de Dilma.

A defesa preferia votar cada um dos mais de 80 requerimentos separadamente, no intuito de apresentar argumentação para cada sugestão de testemunha ou prova requerida. O objetivo era manter o requerimento que pede a inclusão da delação de Sérgio Machado e as gravações do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Anastasia já havia se manifestado contrário.

O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) apresentou um pedido para que todos os requerimentos fossem votados em conjunto e a proposta foi aprovada pela maioria dos senadores. Os senadores aliados de Dilma tentaram reverter a situação, mas sem autorização do presidente da comissão, o advogado preferiu deixar a sessão. Segundo Cardozo, a comissão não concede à presidente afastada o seu direito legítimo de defesa.

Exaltados, os senadores aliados de Dilma também decidiram abandonar a sessão. A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) chegou a confrontar diretamente Raimundo Lira antes de deixar a sala.

Recurso – Na saída, Cardozo afirmou que vai pedir uma audiência com o presidente do Supremo e do processo de impeachment, Ricardo Lewandowski, nessa sexta-feira, 3. Ele vai questionar supostas irregularidades na condução do processo e apresentar recursos.

Cardozo afirmou não saber se continuará participando das sessões, porque acredita que os parlamentares já possuem uma posição definida e que o direito de defesa não está sendo preservado.

Requerimentos – Após a saída dos senadores aliados de Dilma, a comissão indicou um defensor para poder dar continuidade à sessão. Como todos os demais senadores pertenciam à base de Temer, eles aprovaram a manifestação do relator Anastasia por unanimidade.

Anastasia recusou a inclusão da delação de Sérgio Machado no processo e também a realização de uma perícia externa para avaliar as contas presidenciais de 2015.

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