O pré-candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano Donald Trump fez uma longa defesa neste sábado de suas propostas para desconstruir o tratado militar norte-americano com aliados europeus. Trump criticou a Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan) durante um dos eventos em que busca atrair apoio à sua candidatura e derrotar o senador Ted Cruz, do Texas, que lidera as intenções de voto para as primárias de Wisconsin na terça-feira.
Trump disse que pediria às nações europeias compensação retroativa pelas contribuições norte-americanas para a aliança. “Muitos países não estão pagando sua parte justa. Isso significa que estamos protegendo-os, dando a eles proteção militar”, afirmou o pré-candidato, diante de 650 pessoas no Centro Cívico de Racine, em Wisconsin. “Eles estão enganando os Estados Unidos. E você sabe o que fazemos? Nada. Ou eles terão que pagar pelas deficiências passadas ou terão de sair. E se isso romper a Otan, que se rompa a Otan.”
As dúvidas de Trump sobre a necessidade de envolvimento norte-americano na Otan se tornaram um dos pontos de disputa com Cruz nos últimos dias. Trump disse que a Otan não é capaz de se defender contra o terrorismo, que, segundo ele, é mais importante do que fornecer uma proteção contra a Rússia. “Eles têm que mudá-la ou chegar a algo novo”, disse. “O terrorismo é o problema.”
Trump também explicou a sua sugestão, abordada durante entrevista à rede de televisão CNN esta semana, de que os EUA devem encerrar acordos militares com países como Japão e Coreia do Sul e permitir que construam seus próprios arsenais nucleares. “Eu não disse nada sobre deixar o Japão se tornar uma potência nuclear”, disse Trump.
“Nós temos que deixá-los cuidar de si mesmos e, se isso significa que eles têm de obter algum dia armas nucleares – falando francamente, eu realmente não gosto disto -, eventualmente, eles vão querer obtê-las de qualquer maneira.” Depois dos comentários à CNN, o assessor-chefe de política de Trump havia dito em uma entrevista na quarta-feira que o pré-candidato é “inflexivelmente contra a proliferação (de armas nucleares)”.