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Derrota nas urnas

Trump perde comando da Câmara para os democratas

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Autor/Imagem:
Victor Rezende, Monique Heemann e Thaís Barcellos

Conforme indicaram as pesquisas de intenção de voto, as eleições de meio de mandato nos Estados Unidos resultaram em uma mudança no cenário político do país, que deve mudar a configuração do Congresso americano. A partir de janeiro, a Câmara dos Representantes voltar a estar sob comando do partido Democrata, enquanto o Senado continua sob domínio dos republicanos.

O cenário configura uma derrota para o governo de Donald Trump à medida que o presidente intensificou sua agenda de comícios e aumentou a quantidade de promessas na tentativa de evitar perder o controle das duas Casas.

“Um sucesso tremendo esta noite. Obrigado a todos!”, disse Trump, em seu perfil no Twitter, nos primeiros comentários feitos durante a noite após projeções da imprensa americana indicarem vitória democrata na Câmara. Alguns distritos de Estados como Illinois, Iowa, Nova York, Texas e Virgínia deram vitória aos democratas, sendo que, em 2016, haviam elegido candidatos republicanos.

No Senado, contudo, a força dos candidatos do governo se mostrou maior à medida que nomes como Ted Cruz, no Texas, e Marsha Blackburn, no Tennessee, enfrentaram eleições apertadas, mas confirmaram o favoritismo. Além disso, os republicanos conseguiram “virar” em Estados que estavam sob domínio democrata: Dakota do Norte, Indiana, Missouri e, ao que tudo indica, a Flórida. Os três últimos contaram com a presença de Trump, que fez comícios nas últimas semanas com a finalidade de ampliar sua maioria no Senado.

O resultado das eleições foram reverberados durante toda a madrugada nos mercados financeiros. Logo no início da divulgação dos resultados, quando os republicanos se mostraram mais fortes em alguns distritos da Flórida, o dólar foi às máximas em relação a outras moedas principais, como o euro e o iene. No entanto, com a força dos democratas em Estados do centro dos EUA, o dólar reverteu os ganhos e passou a operar em queda, assim como os rendimentos dos títulos públicos americanos.

Na eleição do Senado, não houve grandes surpresas. Em Vermont, o independente Bernie Sanders, que ganhou projeção durante a campanha presidencial de 2016, foi reeleito, e foi parabenizado no Twitter pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Já o ex-candidato republicano à Casa Branca Mitt Romney levou facilmente a corrida ao Senado por Utah, em linha com o indicado nas pesquisas de intenção de voto. A Flórida, por sua vez, mostrou novamente ser um swing state e, com 99% das urnas apuradas, mostra o republicano Rick Scott com 50,3% dos votos contra 49,7% do democrata Bill Nelson, que é candidato à reeleição.

Logo durante a madrugada, a líder democrata na Câmara, Nancy Pelosi (Califórnia), fez um discurso da vitória, onde, aos gritos efusivos da plateia de “speaker”, afirmou que pretende efetuar novos investimentos em infraestrutura e proteger o sistema de saúde americano, que, segundo ela, está sendo alvo de artimanhas de republicanos. Além de comemorar ao dizer que “amanhã será um novo dia na América”, Pelosi comentou que é preciso “unidade para o nosso país” e disse que os democratas comandarão a Câmara “de forma aberta e transparente”.

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