Quem manda em quem
Trump traça confronto para ver até onde Lula aguenta queda-de-braço
Publicado
emO confronto entre a Casa Branca e o Palácio do Planalto, que se desenha desde a posse de Donald Trump, na semana passada, pode provocar uma cadeia de reações de Luiz Inácio Lula da Silva com um desfecho inimaginável.
Seria o caso, por exemplo, de Donald Trump optar por adotar um tom mais duro, pressionando diretamente o governo brasileiro e as autoridades envolvidas.
O que esperar do novo chefe da terra de Tio Sam? A seguir, algumas ações que Trump adotar, entoando um tom mais agressivo – e suas consequências:
1. Suspensão de vistos diplomáticos
•Poderia cancelar ou suspender a emissão de vistos diplomáticos para autoridades brasileiras, incluindo membros do governo Lula, como forma de pressionar diretamente as lideranças.
•Restringir viagens oficiais de ministros ou diplomatas brasileiros aos EUA, dificultando a cooperação bilateral em foros internacionais.
2. Revisão de acordos comerciais
•Anunciar uma revisão de acordos comerciais entre os dois países, como o Acordo de Céus Abertos, que facilita voos entre Brasil e EUA, ou até mesmo sugerir um aumento de tarifas sobre produtos-chave brasileiros exportados para os EUA, como aço, alumínio, suco de laranja e carne bovina.
•Restrições adicionais às importações brasileiras, impactando diretamente a economia do Brasil.
3. Aumento de rigor migratório
•Impor novas exigências de visto para brasileiros, aumentando o rigor na concessão de autorizações para trabalho, estudo e turismo nos EUA.
•Elevar o nível de inspeção de imigrantes brasileiros, tornando o processo de entrada mais demorado e burocrático.
4. Sanções contra autoridades
•Sugerir sanções econômicas ou restrições pessoais contra membros do governo, como congelamento de bens nos EUA ou restrições bancárias a figuras políticas específicas.
•Ampliar restrições sobre brasileiros ligados ao governo ou à esquerda política, alegando possíveis violações de segurança ou desrespeito a tratados internacionais.
5. Restrição de investimentos e cooperação econômica
•Congelar investimentos americanos em projetos no Brasil, como parcerias no setor de energia, tecnologia e defesa.
•Suspender negociações ou iniciativas bilaterais, como a cooperação em pesquisas científicas, especialmente na Amazônia, usada frequentemente como tema de pressão internacional.
6. Pressão em foros internacionais
•Trump poderia ameaçar vetar ou bloquear projetos brasileiros em organismos internacionais, como na ONU, OMC ou OEA, dificultando a atuação do Brasil em fóruns multilaterais.
•Convocar aliados regionais para isolar o Brasil diplomaticamente, em retaliação a críticas ou à recusa em colaborar.
7. Apoio velado à oposição
•Declarar publicamente apoio à oposição ao governo Lula, utilizando a retórica de “defesa da liberdade” e acusando o governo de desrespeitar valores democráticos.
•Encorajar figuras de direita no Brasil, com histórico de apoio a Trump, a intensificar críticas ao governo e criar instabilidade política interna.
8. Estigmatização do Brasil na iImigração
•Designar o Brasil como um país de “alto risco” em questões migratórias, justificando medidas mais severas para brasileiros em território americano.
•Divulgar dados ou campanhas que associem brasileiros a questões de segurança, como aumento de imigração ilegal ou atividades ilícitas.
9. Bloqueio de parcerias de defesa e segurança
•Suspender acordos bilaterais de segurança e defesa, como a colaboração em operações de combate ao narcotráfico e ao crime organizado.
•Retirar acesso a tecnologias sensíveis ou parcerias estratégicas, como as relacionadas à indústria de aviação e ao setor militar.
Sendo essa a opção de Trump. o tom endurecido teria como objetivo isolar o governo brasileiro no cenário mundial, afetar a economia e pressionar autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. No entanto, isso também poderia gerar reações contrárias, tanto de aliados do Brasil na América Latina quanto de setores econômicos americanos que dependem do mercado brasileiro.
Por essas e outras, diplomatas acreditam que os capítulos da novela serão muitos. E pode ter personagens com sotaque russo e mandarim.
…………………………………….
Marta Nobre é Editora Executiva de Notibras