Helyete Santos
Muitos até dizem que “ela faz uma comida insossa” ou “ele carrega demais na cebola”, mas o fato é que é muito difícil acertar a dose e o momento certo de se introduzir o tempero. Aliás, acontece até com o carinho nos relacionamentos. Vai ficando sem graça.
Com o tempo, torna-se inconveniente, até chato e irritante, porque não é bem-vindo e o outro não percebe que, mesmo com a sutileza do companheiro, não está sendo bem recebido, nem o beijo, nem o abraço e nem mesmo o olhar insistente e atraente.
“Parece que ele não gosta mais de mim”, e é o que acontece. Um pode até querer bem o outro e com grande paixão, mas a dosagem das atitudes, assim como o sal no arroz, não está adequada.
Para saber se o prato está do agrado de todos é preciso provar, saborear e, mesmo assim, submeter-se a aprovação do outro, ou seja, fazer, tentar, provocar. Afinal, o que é medida certa para um, pode não ser para o outro.
“Ele vai me ligar na hora que estou trabalhando!”, “Eu nem percebi que ele me disse que estava com saudade”, uma linda oportunidade foi perdida pela insensatez do momento. E depois as queixas de que ele não é romântico, ou o filho nunca é amoroso.
A VIDA é assim. Traz propostas constantes. Segundo a segundo, um novo teste. Exige de nós muita atenção, sensibilidade constante, olhos atentos. É preciso provar os elementos contidos em nossas atitudes e no alimento do grande jantar para se ter a resposta dos nossos erros e futuros acertos.
E aí, estaremos prontos para os aplausos: “Consegui!”