Pedro Antunes
Em tempos de redes sociais, mensagens enviadas por WhatsApp, DMs no Instagram, diretas e indiretas em posts no Facebook, Tulipa Ruiz pede logo pelo amor. “Se entrar no game, game”, canta ela, em Game, a música responsável por anunciar a chegada do quarto álbum da carreira da cantora, chamado Tu.
Tu, que tem previsão de lançamento para 10 de novembro, é o sucessor de Dancê, de 2015, e apresenta o material gravado em Nova York, no estúdio de Scotty Hard.
Novamente, o trabalho é uma parceria com Gustavo Ruiz, irmão dela e produtor de grandes álbuns da nova música brasileira – e tem produção de Stéphane San Juan.
Game é conduzida por violão e percussão. Desnuda de apetrechos mil, a canção abre o caminho para a voz de Tulipa, mais capaz de entender quais caminhos pode percorrer, reinventando-se nas invenções vocais, sem perder o compasso ou o tom.
Mais solta, mais livre e amadurecida depois do balançante Dancê, Tulipa canta o amor nos tempos da cólera. Ou melhor, nos tempos do desamor. Do medo de amar.
É preciso brincar o amor, jogá-lo, como uma partida de videogame Com um jogo de palavras esperto, ela pula entre significados de cada palavra, “game”, de “gamar”, e “game” de jogo de videogame.
E, nessa valsa de significados, ela coloca o amor para lá e para cá. Ao trazer o universo dos games, o recado de Tulipa fica claro.
Com o joystick nas mãos, não temos medo de errar o salto virtual, de subir na torre, enfrentar o chefão. Há sempre uma nova chance para tentar de novo. Por que, no amor, na vida real, não fazemos o mesmo?