O Santo Sudário, uma mortalha que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo, será exposto ao público a partir do domingo em Turim (norte), e um milhão de pessoas já reservaram sua entrada para este acontecimento excepcional. O objeto foi exibido pela última vez em 2010.
O Santo Sudário estará exposto na catedral da capital de Piemonte. Mas desta vez poderá ser visitado durante dois meses, quase um mês e meio a mais do que há cinco anos, afirmou neste sábado diante da imprensa o prefeito de Turim, Piero Fassino.
“A mostra do Santo Sudário é um grande acontecimento de natureza religiosa e civil”, comemorou Fassino, que afirmou que receberá “de braços abertos as centenas de milhares de peregrinos que devem chegar durante os próximos 67 dias.
A peça de linho de 4,36 m de altura por 1,10 m de largura na qual, segundo a tradição, ficou gravada a imagem do corpo de Cristo com as marcas da crucificação e sobretudo de seu rosto, foi descoberta em meados do século XIV na igreja colegial de Nossa Senhora, em Lirey, perto de Troyes (França).
A família real de Saboya, que havia reinado na Itália até 1946, presenteou o Vaticano com o Santo Sudário em 1983. A Santa Sé nunca se pronunciou sobre sua autenticidade.
Em 2010, sua exposição ao público durante 43 dias na catedral de Turim atraiu 2 milhões de pessoas, incluindo o Papa Bento XVI, que o descreveu como um “ícone extraordinário” que correspondia “totalmente” com o relato da morte de Cristo do Novo Testamento. O Papa Francisco irá a Turim nos dias 20 e 21 de junho.
O Santo Sudário é objeto de uma batalha entre os cientistas que creem em sua autenticidade e aqueles que duvidam dela. Os historiadores, baseando-se principalmente em uma prova de carbono 14 realizada em 1988, estabeleceram que a fabricação da peça de tecido ocorreu na Idade Média, entre 1260 e 1390, mas inclusive esta datação tem sido questionada.