Turistas estrangeiros que estão no Rio para a Copa, principalmente sul-americanos que estão acampados no Terreirão do Samba, no centro da cidade, lotam o Restaurante Popular Cidadão Central do Brasil (Betinho), administrado pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (Seasdh). Os estrangeiros escolheram o restaurante popular como alternativa para se alimentar de forma farta e barata.
De acordo com a secretaria, pelo menos 150 estrangeiros fazem refeições diariamente no espaço, o que aumentou as filas no local, que tem100 mesas e atende cerca de 400 pessoas, com 4 mil refeições por dia. O café da manhã custa R$ 0,35 e o almoço sai por R$1.
O secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, João Carlos Mariano, disse que, com a experiência da Copa, serão adotadas algumas medidas para a Olimpíada de 2016.
“A gente não tinha a percepção de que durante a Copa isso iria ocorrer. A gente não fez nada de especial, é a rotina baseada em um trabalho nutricional. Para as Olimpíadas nós já estamos planejando um material específico com atendimento bilíngue, vamos colocar ônibus do Terreirão para o restaurante para facilitar a locomoção das pessoas”, explicou.
O casal de argentinos Joaquim González, Rocío Ginavey e o filho Luca González, de 1 ano, que estão no Rio há cinco dias, foram almoçar no restaurante popular e disseram que a comida é boa e não tem fritura, o que é bom para o pequeno Luca.
“Viemos para o Rio de carona e viajamos por quatro dias. Estávamos em uma praça em Copacabana e fomos para o Terreirão porque a polícia disse que não poderíamos ficar na praça. Lá no Terreirão indicaram o restaurante. A comida aqui é muito boa e econômica, é saudável, não é frita, é algo que o bebê pode comer e também tem fruta”, contou Rocío.
O colombiano Jaime Andrés Silva, 25 anos, disse que na Colômbia não existem restaurantes desse tipo, mas que a comida do seu país é mais barata e mais diversa que no Brasil.
“Achei a comida muito boa e bastante nutritiva. Também é muito bom compartilhar com as pessoas que vêm comer aqui. Não tem esse tipo de espaço na Colômbia. Eu acho muito bom que o Brasil aproveite a comida que tem demais para oferecer alimento ao povo todo”, disse, acrescentando que gostou muito do país e que depois da eliminação da Colômbia passou a torcer pelo Brasil.
O restaurante da Central do Brasil é uma das 16 unidades do programa em funcionamento. A maior parte do público é composta por trabalhadores do centro da cidade, além de moradores de rua, que costumam fazer refeições no local.
Frequentadora assídua, Lígia dos Santos Thomaz, 65 anos, contou que toma café da manhã e almoça todos os dias no restaurante popular. “O ambiente é uma beleza, a comida também. Já fiz muitas amizades e inclusive um colega que eu conheci aqui arrumou uma namorada. A gente está sempre aqui no restaurante e nos últimos dias eu tenho visto muito turista”, disse.