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Turma da grafite pinta ‘morte’ ao coronavírus
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emAs mobilizações mundiais no combate à Covid -19 têm ganhado força por meio das expressões artísticas nas redes sociais. Atento à importância do isolamento social e do uso da máscara durante a pandemia, o Comitê Permanente de Grafite (CPG) resolveu aderir às campanhas de prevenção contra a propagação do novo coronavírus, convidando os grafiteiros do Distrito Federal e Entorno para produzir obras com mensagens de conscientização para o “Festival Grafite em Casa”.
A iniciativa do Comitê Permanente do Grafite (CPG), coordenado pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), tem como objetivo abrir espaço para que os artistas apresentem, de suas casas, obras e intervenções artísticas, formando uma grande galeria digital – acessada de qualquer lugar do mundo pelo Instagram – e respeitando, assim, as orientações das autoridades de saúde sobre a necessidade de isolamento social para conter o avanço da pandemia.
Acostumados ao uso de máscaras, que usam para minimizar a exposição aos agentes químicos do spray, os grafiteiros engrossam o coro da necessidade do uso do equipamento como forma de proteção quando houver necessidade de sair de casa. Assim, o CPG convida artistas de rua a postarem fotos fazendo uso do equipamento de trabalho, ou mesmo a compartilharem imagens de gravuras e ilustrações criadas por eles onde os personagens usam máscaras.
De acordo com o servidor da subsecretaria de Economia da Secec e membro do CPG, Danilo Rebouças, a promoção da arte feita nas redes sociais, além de difundir uma campanha da agenda social mundial, também faz com que o trabalho dos grafiteiros ganhe mais visibilidade neste período. “A iniciativa também colaborará de forma polissêmica com as atividades e causas dos artistas do Distrito Federal, por ser uma linguagem artística”, revela.
Para um dos pioneiros do grafite no Distrito Federal e membro do CPG, Carlos Astro, o festival atua de modo valoroso em apoio aos artistas do grafite e no compromisso com a arte. “Este festival nos abre caminhos para colaborar em uma campanha de relevância global, além de possibilitar a divulgação de nossos trabalhos nas redes sociais”, conclui.
Quem já produziu obras que remetem ao combate à Covid-19 é o artista urbano Douglas Silva, conhecido no meio artístico como Retok. Sua colaboração no enfrentamento ao novo coronavírus não somente conscientiza a comunidade local, mas também conecta os grafiteiros do DF em torno de uma causa que os une. “No ano passado tive tuberculose e hoje sei o quão importante é o uso da máscara. Nesse momento difícil que estamos vivendo, vamos ficar casa, mas dando andamento às nossas produções.”
Ele, no entanto, está otimista quanto à produção do grafite durante o período de isolamento social. “Hoje, tudo o que consumimos é cultura, pois continuamos trabalhando e publicando nossos trabalhos, marcando a hashtag do #FestivalGrafiteemCasa nas publicações”, incentiva.