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Turquia aumenta repressão após golpe frustrado e manda prender 42 jornalistas

Autoridades turcas emitiram o pedido de prisão para 42 jornalistas e detiveram 31 acadêmicos, afirmaram veículos de mídia locais, em meio à repressão do governo contra pessoas supostamente ligadas ao clérigo Fethullah Gulen, acusado de ser um dos mentores da tentativa fracassada de golpe na semana retrasada.

A agência estatal de notícias Anadolu afirmou que a lista de jornalistas inclui o proeminente escritor Nazli Ilicak, um dos críticos do governo do presidente Recep Tayyip Erdogan. Ele se opôs à perseguição do movimento liderado pelo Gulen, que negou ter participado da insurreição que deixou 290 mortos e motivou a prisão de milhares.

Até o momento, cinco jornalistas foram detidos para um interrogatório, afirmou a Anadolu.

Os promotores pediram a prisão do jornalistas o fizeram para jogar luz sobre a tentativa de golpe, “e não para inibir sua atividade,” afirmou uma autoridade do gabinete de Erdogan.

A lista de jornalistas, de acordo com o jornal Sabah, que apoia o governo, inclui o editor do jornal Ozgur Dusunce, Erkan Acar, o apresentador de TV Erkan Akkus, ambos de veículos ligados à rede Bugun, que foi tomada pelo governo em uma incursão do governo em 2015.

Já os membros da academia foram detidos para interrogatório em Istambul e outras províncias, afirmou a Anadolu. Houve também intervenção em uma academia militar.

Desde a tentativa fracassada de golpe, o governo prendeu cerca de 13 mil pessoas nos meios militar, jurídico e acadêmico. Outras dezenas de milhares de pessoas perderam seus empregos por suspeita de manterem laços com os conspiradores.

O grupo de direitos humanos Anistia Internacional afirmou ter evidências de que os detidos foram sujeitos a tratamento degradante, que inclui espancamento e tortura.

Paralelamente, a Alta Corte apontou 342 novos juízes para duas das cortes mais importantes do país, o que foi denunciado por críticos como um movimento para se livrar de pessoas que se opõem a Erdogan.

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