O ministro turco das Relações Exteriores, Mevlut Cavusoglu, condenou o que chamou de “irresponsável” a promessa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de anexar assentamentos na Cisjordânia se for reeleito. Para os turcos, trata-se de uma internacional que deve ser repudiado pela ONU.
Cavusoglu sugeriu em uma postagem no Twitter que Netanyahu estava tentando atrair votos com tal promessa. O premiê israelense concorre a mais um mandato nas eleições marcadas para esta semana.
“A Cisjordânia é território palestino ocupado por Israel em violação da lei internacional”, escreveu Cavusoglu no Twitter. “A declaração irresponsável do primeiro-ministro Netanyahu de buscar votos pouco antes das eleições gerais israelenses não pode e não vai mudar esse fato”, observou.
O porta-voz da presidência da Turquia, Ibrahim Kalin, criticou as ambições políticas de Netanyahu, observando que elas estão minando as tentativas de uma solução mútua para o conflito entre Israel e a Palestina.
“Mais um exemplo de como Netanyahu usa a política eleitoral para justificar a ocupação e minar a solução dos dois estados. Se ele for reeleito, isso será um triunfo de ‘democracia’ ou ocupação?”, indagou.
Omer Celik, porta-voz do Partido da Justiça e Desenvolvimento da Turquia, também observou que a promessa de Netanyahu viola as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, afirmando que “não só transgride a lei, mas também tenta destruí-la completamente”.
Mais cedo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que estava planejando estender a soberania israelense sobre os assentamentos nos territórios ocupados da Cisjordânia, se ele ganhar outro mandato nas próximas eleições, marcadas para 9 de abril.
Israel e Palestina tiveram disputas de fronteira e soberania por várias décadas. Atualmente, a Palestina busca a independência e quer estabelecer Jerusalém Oriental como sua capital. A Palestina permanece apenas parcialmente reconhecida como um estado e reivindica os territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.
Em 1947, as Nações Unidas elaboraram um plano para pôr fim ao conflito, entregando a maior parte da Cisjordânia e de Gaza à Palestina. No entanto, Israel tomou a então Cisjordânia controlada pela Jordânia, juntamente com Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias de 1967.
Em 1980, o parlamento israelense adotou a Lei de Jerusalém proclamando a cidade inteira como a capital indivisível de Israel. A comunidade internacional não reconhece a anexação e acredita que o status dos assentamentos de Jerusalém e da Cisjordânia exige um acordo mútuo com os palestinos.