A Ucrânia denunciou nesta quarta-feira que as milícias rebeldes iniciaram uma ofensiva contra as forças do governo na região de Donetsk, o que foi negado pelos porta-vozes separatistas.
“Ontem (terça-feira), a Rússia ignorou a reunião trilateral (de Minsk) e hoje ordenou a seus terroristas iniciarem uma ofensiva militar”, disse Arseni Yatseniuk, primeiro-ministro ucraniano, citado pela imprensa local.
As declarações de Yatseniuk foram feitas durante uma visita de inspeção a uma base militar na região ocidental de Lviv, onde a Guarda Nacional ucraniana e tropas americanas realizam operações conjuntas.
O primeiro-ministro ucraniano lembrou que isto ocorre às vésperas da cúpula do G7 na Alemanha, onde espera que “a comunidade internacional responda de maneira correta e adequada à agressão russa”. Segundo ele, este é um novo desafio para a comunidade internacional”.
De acordo com o comando militar ucraniano, os rebeldes bombardeiam desde a madrugada as posições governamentais com tanques, artilharia e morteiros.
“O inimigo tenta avançar. Os soldados ucranianos repeliram todos os ataques e mantêm suas posições. A situação está sob controle”, disse Andrei Lisenko, porta-voz presidencial para a operação especial no leste do país.
O porta-voz também informou sobre combates em Shirokino, cidade estratégica próxima ao porto de Mariupol, sob controle do governo, e nas imediações do reduto rebelde de Gorlovka.
Por outro lado, o vice-ministro da Defesa das milícias separatistas de Donetsk, Eduard Basurin, negou que os insurgentes tenham iniciado uma ofensiva em grande escala e acusou Kiev de atacar as bases pró-Rússia em violação do cessar-fogo em vigor na região desde o dia 15 de fevereiro.
As autoridades locais informaram a morte de um civil na cidade de Yanakievo, não muito longe de Donetsk, principal reduto dos rebeldes.
O Centro de Controle e Coordenação, que inclui militares russos e ucranianos, informou sobre bombardeios de ambos os lados com armamento pesado na região do aeroporto de Donetsk.
A Ucrânia e os separatistas realizaram na terça-feira em Minsk a segunda rodada dos grupos de trabalho para a regulação do conflito, mas as diferenças persistem sobre alguns assuntos, como as condições para a realização de eleições nas regiões rebeldes devido aos acordos de paz do dia 12 de fevereiro.