Em discurso diante do Parlamento, o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, avisou que existe uma “séria ameaça” de separatismo no país. Seu comentário foi feito em meio à contínua resistência de regiões ucranianas onde vivem grupos étnicos russos em aceitar o novo governo em Kiev. Na península da Crimeia e em outras áreas pró-Rússia, protestos vem sendo realizados contra a deposição do ex-presidente Viktor Yanukovych.
A resistência nestas regiões do país se sustenta na forte oposição do governo russo às mudanças ocorridas na Ucrânia. O primeiro-ministro da Rússia, Dmitry Medvedev, disse na última segunda-feira que os membros da nova administração federal conduziram uma “revolta armada” na Ucrânia.
Já o ministro de Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, desaconselhou que outros países busquem “vantagens unilaterais” na Ucrânia e afirmou que a “política de não-intervenção” da Rússia seria mantida.
Turchynov afirmou que se encontrará com oficiais da polícia para discutir os protestos e o risco da divisão do país em dois. Ao mesmo tempo, adiou a formação de um governo de união nacional para a próxima quinta-feira para que seja possível fazer novas consultas sobre o assunto.
A declaração de Turchynov ocorre dois dias após ele ser nomeado presidente interino pelo Parlamento. Turchynov teve um papel importante, apesar de discreto, nos protestos contra Yanukovych. Em fevereiro, promotores anunciaram que ele estava sendo investigado por ajudar na organização de “forças de defesa” dos manifestantes.