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Um brinde ao seu Manuel, 110 anos, com direito a uma cervejinha em Camboriú

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Marta Nobre, Edição

A última terça-feira foi dia de festa no Lar da Terceira Idade Padre Antonio Luiz Dias, em Camboriú (SC). Manuel Antunes de Souza comemorou seus 110 anos tomado uma cervejinha.

O centenário tem fama de festeiro. Em um ritual diário, ele toca sua gaita de boca todas as manhãs quando acorda e, claro, que não perdeu a oportunidade de fazer música no seu aniversário.

“A gaita está fraca, mas ainda toca”, brincou seu Manuel, já que o fôlego não é mais o mesmo, conforme relato de Aline Torres em reportagem do Uol.

Surpreendentemente ele vive uma velhice sem dores. Não sofre de nenhuma doença comum na terceira idade – como, hipertensão, osteoporose, diabetes, cegueira, surdez, mal de parkison, alzheimer, bronquite, infarto ou AVC. Essas doenças afetam 3 em cada 4 idosos com mais de 60 anos, segundo também o IBGE.

“Ele não se queixa de nada, é extremamente saudável e não toma nenhum remédio”, conta a coordenadora da instituição Paola Hoffmann.

Manoel nasceu dia 31 de maio de 1906 em Campos Novos, no oeste catarinense. O município tinha se emancipado há apenas 25 anos e foi palco da guerra sertaneja, entre 1912 e 1916, travada por caboclos que lutavam contra a opressão do governo federal.

O idoso não sabe explicar o segredo da sua longevidade. Teve uma vida simples, não aprendeu a ler, nem escrever. Mas cresceu integrado à natureza, plantava seus alimentos, e assim permaneceu até não conseguir mais cuidar de si. Trabalhou durante anos como açougueiro até ir morar num sítio em Camboriú, quando tinha 90 anos.

Ele não teve filhos e a companheira morreu há anos. Não tem mais ninguém. Morava no sítio até os 102 anos. Se cuidava sozinho, mas por conselho dos amigos resolveu procurar apoio no asilo, que ele paga com a aposentadoria.

Manoel fala pouco, come pouco. Ninguém o visita no asilo onde mora há oito anos. “Ele é lúcido, mas não é de muita conversa”, disse Paola.

Apesar do acanhamento, Manuel é um homem vaidoso. Mesmo quando morava no sítio usava terno e gravata. Neste aniversário ganhou de presente mais um chapéu para a sua coleção. Estava vestido com sapato e calça social e carregava um terço no pescoço. Ele se define como um homem religioso.

A expectativa de vida de um brasileiro é de 75 anos, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Manoel já supera esse padrão em 35 anos.

Em Santa Catarina havia em 2010, 405 pessoas com mais de 100 anos. A idosa mais velha do Estado, Álida Grubba, comemorou 112 anos no dia 10 de julho do ano passado. Mas, tudo indica que Manoel irá alcança-la.

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