Brasília
Um céu que brilha de azul paleta e onde se pegam as nuvens com as mãos

Nenhum lugar tem um céu como o de Brasília. Pode até parecer exagero, mas quem já olhou pra cima aqui sabe do que estou falando. As nuvens parecem ao alcance da mão, desenhadas com capricho sobre um azul que não se encontra em nenhuma paleta.
A luz tem outra intensidade, mais viva, mais franca, mais dramática. E se tem um momento que deixa isso escancarado é o pôr do sol na Ermida Dom Bosco: um espetáculo difícil de traduzir em palavras. É como se o céu inteiro resolvesse se despedir do dia com festa, cor e poesia.
Gonçalves Dias escreveu que “não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá”. Eu entendo o sentimento, mas se ele tivesse visto o fim de tarde na Ermida, talvez tivesse mudado o destino do verso.
Eu amo viajar, descobrir outras paisagens, me perder em outros mundos. Mas basta um entardecer em Brasília pra lembrar: é aqui que meu coração se ancora. O céu da capital, principalmente ao pôr do sol, é, sem dúvida, um dos grandes motivos que me fazem sempre querer voltar pra casa.
