Outono
Um conto de fadas que só existe na caneta do poeta
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Brisa cheirando mel, arrepios dançam na pele, canções distantes chegam como sussurros.
Os dias dançam em luz dourada, as sombras brincam com o amanhecer, aroma de terra, chuva e saudade. Flores murcham e mantêm o perfume, a brisa do outono retorna trazendo sonhos.
Dorme a tarde sobre os rios, ao lado um frondoso ipê canta, é uma canção sincera, onde almas dançam sem nó nem amarras.
Os campos sob seu manto sonham enquanto dormem, cada folha que o vento guia nasce um novo verso, uma nova poesia.
Os sonhos flutuam na neve do tempo que parece não dormir, sem pressa como brisa se aproxima.
No momento exato que a lua brilhante no céu aparece, a donzela abre a janela, suspira profundamente e declara seu amor a um viajante estrangeiro, que de longe chega em sua barcaça.
A madrugada toca sua primeira nota, a donzela esfrega os olhos, imagina ter sonhado com seu príncipe mesmo sem dormir, então fecha a cortina, o outono beija toda a terra, o silêncio se faz, a floresta desperta enquanto a donzela dorme nos braços da caneta do poeta.
