Pelo segundo ano consecutivo, passarei meu aniversário em confinamento. Tantos planos e projetos de anos atrás para a comemoração das quatro décadas foram por água abaixo. Diferentemente do ano passado, no entanto, em que o dia foi marcado por angústia e ansiedade, dessa vez, não resta outra alternativa a não ser agradecer pela saúde.
No último ano, as transformações foram de grande importância. Além da (r)evolução interna, defini metas para repaginar minha casa, afinal, tivemos de ressignificar nossa relação com o lar. Tudo que estava ao meu alcance para ser modificado ao longo desses 12 meses terá sido concluído com sucesso até a chegada dos 40 nesta semana.
Tudo começou com uma limpa nos armários de roupas, sapatos e brinquedos, passando pela pintura das paredes e de alguns móveis, renovação do estofado e reaproveitamento de itens que estavam no fundo do armário. Foi um processo lento, porém, muito bem ponderado: mínimo investimento com o máximo de satisfação. E tudo feito por mim, desde a pintura das paredes até a troca de luminárias.
Praticamente todo meu tempo livre foi dedicado a essas modificações, focadas na sala de estar, escritório e na minha suíte. E percebi que entrar em contato com uma decoração mais simples me ensinou muito sobre mim: todas as mudanças resultaram em ambientes mais acolhedores.
O autoconhecimento por se dar de várias formas. Por aqui, a reclusão me mostrou como minhas prioridades mudaram de forma acentuada com a pandemia. No fim, cheguei à conclusão de que uma cozinha super equipada de nada vale se não tiver cheiro de bolo saindo do forno. Que uma televisão de última geração não tem valor se não for acompanhada de um balde de pipoca. Ou que uma cama só terá vida se passar por uma guerra de travesseiros. Morar bem é muito mais que uma casa bonita e bem equipada; é criar um espaço de memórias. E esses 40 serão muito bem lembrados!