O astronauta ganancioso
Um recado sutil para quem imagina poder tudo
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Numa terra distante, um homem queria mais poder,
Construía naves, que cortavam o céu em chamas,
Sonhava com planetas, luas, países que não eram seus,
E esquecia as raízes, do lugar em que nasceu;
Eis que, ambicioso, ele descia com olhos gananciosos,
Ao jardim verde de um país úmido e tropical,
Com olhos de quem tudo ambicionava, tudo queria,
Sem perceber que ali, já haviam donos no quintal;
“Por que não cuidas do teu próprio chão?”,
Perguntavam as flores, em murmúrios sutis,
“teu solo tem secura, fome e inundação,
E ainda assim queres ditar nossos rumos veranis?”
Ele, que fala de Marte e de foguetes,
Não vê que a Terra também precisa de paz,
Deixa que cuidemos dos nossos problemas,
Busque as estrelas, a lua ou o sol que te satisfaz;
Volta ao teu rumo, astronauta desnorteado,
Pois cada pais tem seus administradores,
Cuida do teu céu, do teu deserto queimado,
E deixa o Brasil, com seus próprios moradores.
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