No meio do caminho há uma flor, uma flor de pétalas alvas, só pude vê-la por eu estar andando cabisbaixo indo até o supermercado do bairro. Eu faço esse trajeto quase todo dia, porém foi em um surpreendente dia que estava procurando ideias para poesias, que encontrei a maria-sem-vergonha se amostrando para mim, eu sorri e segui a minha rotineira caminhada até o supermercado para comprar o pão do café da tarde (aqui na minha casa somos como os ingleses, tomamos o chá das cinco, porém é o café das cinco).
Na ida sorri, na volta refleti e então comentei com a minha mãe sobre a bela flor que “surgiu” no meu caminho, como não soube descrever em detalhes, a minha mãe não conseguiu entender de qual flor era, pois eu, não sendo um botânico nato, não sabia o nome da maria-sem-vergonha, a questionei para ver se descobria a flor amostrada.
No dia seguinte, estava eu novamente fazendo o trajeto até o supermercado, a maria-sem-vergonha continuava ali no meio do caminho e se exibindo para todos que quisessem vê-la, eu aproveitei que ainda estava de mãos vazias da compra, saquei o celular do bolso e fiz um registro da flor no meio do caminho, quando cheguei em casa, mostrei a foto para a minha mãe, que, sem demora, disse que a flor é a maria-sem-vergonha.
Desde o momento que a vi pela primeira vez, sabia que eu teria que lhe apresentar seja de forma de versos poéticos ou de frases numa crônica, mas demorei semanas para criar algo, até que me veio a inspiração e escrevi estas linhas.