Por que insistes, amigo meu, em retirar-me o sono tão necessário a um bom repouso Lembras, amigão, quando em Casa Forte, onde morávamos em Recife, eu ainda criança, não tinha nem sete, e todas as tardes, invariavelmente, minha mãe chamava:
– Meu filho, vai buscar pão na padaria!!! (do meu avô).
E éramos felizes. Tomávamos café com pão todos os finais de tarde; vez por outra uma sopa de feijão e macarrão. Eu, ainda criança, brincava; brigava com meu melhor amigo “filho da puta, vai embora da minha casa!!!
No outro dia, ah!, era outro dia, não havia mais brigas; só brincadeiras como as crianças vizinhas que se gostam, e somente elas sabem brincar.
E agora, amigão, já passa das duas da madrugada, quase três, e estamos aqui conversando como se estivéssemos em uma mesa de bar.
Mas o bar foi ontem, meu camarada!
Com o passar do tempo, o organismo já não reage insensível às mesmas quantidades outrora degustadas, por mais delicioso que seja o café. Suplico-lhe, então, não me leve a mal por reduzir um pouco a sua deliciosa bebida.
E é por isso, meu grande amigo de tantas datas, que reduzirei a quantidade, apenas a quantidade aos finais de tarde.
Porém, estaremos juntos por ainda várias décadas, tomando do seu café. Maravilhoso café!
Vou tentar dormir um sono suave e merecido.
Amanhã, logo cedo, tomarei uma farta caneca de café com pão; talvez mais. Um café delicioso. Inigualável!
Até lá, meu camarada, tenhamos um suave restinho de noite, com um sono merecido.
Grande abraço, amigão, e que estejamos juntos e compartilhando essa maravilhosa vida e bebida por muitos e muitos anos!