Em um trem de memórias perdidas,
Meus pensamentos vagueiam, difusos,
O tempo escorrega como areia entre os dedos,
E o passado se desfaz em fios tênues e confusos;
A tristeza é um fantasma, que me acompanha na viagem,
Enquanto a memória escapa, como espelho partido,
Eu vejo rostos queridos se desvanecendo,
Histórias preciosas tornando-se fragmentos perdidos.
No vagão da saudade, sigo adiante,
As paisagens borradas pela névoa do tempo,
Os bancos de memórias, gastos e cansados,
Testemunhas silenciosas de um passado intenso;
Lá fora, a chuva bate nas janelas em desalinho,
Gotas que ecoam como lágrimas do céu,
E eu, passageira solitária, me agarro às lembranças,
Como se fossem as últimas estrelas em um breu;
O condutor invisível apita, anuncia a próxima estação,
Mas não sei se devo descer ou permanecer,
Talvez haja um destino, uma parada final,
Ou talvez o trem continue indefinidamente a correr;
As vozes dos outros passageiros se misturam,
Fragmentos de histórias, risos e suspiros,
E eu, com minha bagagem de sonhos e desilusões,
Observo o mundo passar, como um quadro em desfio;
E assim seguimos, nesse trem de memórias perdidas,
Cada estação uma bifurcação, uma escolha,
E eu me pergunto se algum dia encontrarei a resposta,
Ou se o esquecimento será meu eterno lençol;
E o pior é saber que não há cura, não há retorno,
Apenas o inexorável avanço do ouvidamento,
Dia após dia, minhas memórias se desvanecem,
E quem serei eu, quando todas as lembranças se perderem no vento?