Uma tragédia anunciada vai frustrar como Ghiggia nos frustrou
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emPorquanto já retroage seus ponteiros o Relógio Global, como se fosse possível reverter o sentido inexorável da Órbita do Planeta, anunciando para nós, brasileiros, poucos dias até o pontapé inicial da Copa do Mundo da Fifa, no Brasil, maior País da América Latina, Sétima Economia do Mundo, Membro dos Bric`s, passados exatos sessenta e quatro longos anos desde o “Maracanaço”, em que o Brasil sediou, e perdeu, a sua ultima Copa do Mundo, exatamente para o fisicamente “Minúsculo” Uruguai, nos pés do Atacante Gihiggia, calando toda uma Nação, novamente, soará o Gongo para que, quem sabe, se faça, mais uma vez, a Justiça Histórica.
País tremendamente mais complexo que aquele Brasil de outrora, ainda Rural, Superavitário do Isolacionismo dos anos de Guerra na Europa, vacilante entre optar pelo Desenvolvimento apoiado em Capitais brasileiros, sob o paradigma de um Estado à moda Social Democrata, como seria o de Getúlio Vargas, com profundos investimentos Governamentais, que deram origem a Lei Trabalhista, a Indústria Automobilística e de Base, época em que foram criadas a Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional do Primeiro Governo Vargas, de 1930/45, e depois de 51/54, a própria Petrobras, ora, Jóias da Coroa atiradas aos Porcos, “Românticos Anos”, após sucessivos Governos Neo-liberais, que urbanizaram o País, e deram azo ao afavelamento cultural, e social brasileiro, novamente, como diria Nelson Rodrigues: “O Brasil é a Pátria de Chuteiras”, ou, melhor, espelhado nos últimos tempos, em que nos encontramos, novamente, diante da mesma diáspora, hiperbolizaria eu, respeitosamente, parodiando o Dramaturgo : “O Brasil é a Pátria de Ferraduras”, tamanho o ufanismo que se confere ao tal evento.
Espetáculo, realmente, diário, o Futebol funciona como uma espécie anômala de Amortecedor Social, impulsionado e manipulado pela Mídia, misturando, nas filas, nos bares e nos lotações repletos: índios, bichas, putas, pretos e brancos, Fenômeno do que se utiliza muito bem nossos briosos Políticos.
Coliseus Modernos, no caso do Brasil, em que a toque de muito verniz e cal branco, gastou-se colossais somas desviadas da Assistência Social, para fazer de novo o mesmo, tanto aqui, como em Berlim, Roma, Londres, Rio de janeiro ou São Paulo, são certamente o “Pão e o Circo Romano”, tão bem amassado por Cesar, já na Roma Antiga, enquanto dava às Feras, para comer, os Cristãos.
Feitiço, ao contrário daquele Brasil Inocente, do Jeca Tatu, da Carmem Miranda e do Saci Pererê, em que era Mazaropi o Herói das Telas Cinematográficas Nacionais, esses, contudo, não nos salvarão dos Black Blocs e da Sucessão Presidencial quem ameaçam atingir o próprio “Feiticeiro”, leia-se, a Elite que, ainda nos dias atuais manipula o País, o Brasil de hoje, da Desindustrialização, dos Oligopólios Financeiros Internacionais, da sangria e dos ônibus Incendiados, trás de fundo Favelas Ocupadas, Forças Abrutalhadas de Ocupação, ou Pacificadoras, cujo Grito das Arquibancadas, também, em geral, suprimidas dos Estádios, transformadas em Cadeiras Numeradas, cujo assento, por certo, a grande maioria da População não pode ocupar, reserva, ademais, um capitulo à parte, de um “Apitaço” que ameaça eclodir das ruas engarrafadas, sob a batuta de palavras de Ordem, do tipo: “Não vai ter Copa”, ou, “Queremos Hospitais, Escolas e Segurança do Padrão Fifa”, como em Junho de 2013, durante a Copa das Confederações, o Brasil ameaça, exibir, ao vivo e a cores, para todo o Planeta a confrontação do Povo com o BOPE, nas Praças e Avenidas, enquanto a Imprensa, por certo, direciona, regada por vultosas verbas publicitárias e patrocínios, seus holofotes míopes para a Realidade Carnavalesca dos Itaquerões e Arenas Maracanãs da Vida, Brasil afora…
Fantasma que, passados 64 anos do Gol que calou o Maracanã, Gihiggia, o 12º Jogador, promete encarnar cada brasileiro que perambula, sem identidade, sentido e emprego, pelas ruas, gritando:
Basta !???
Antuérpio Pettersen Filho