Uma foto vestido com uniforme para jogar paintball no celular pode ter causado a morte do estudante Matheus Ferreira Motta, de 20 anos, que teria sido torturado por traficantes do Complexo do Chapadão, em Costa Barros, na Zona Norte, na tarde de domingo. O corpo foi deixado no porta-malas de um carro incendiado, abandonado na Rua Pereira Frazão, na Praça Seca, em Jacarepaguá. A família acredita que ele possa ter sido executado por engano após ser confundido com um traficante de grupo rival ou como PM. O jovem tinha o sonho de ser policial. Ele vai ser sepultado nesta terça-feira às 10h30, no Cemitério de Irajá.
Segundo parentes, Matheus saiu de casa com um amigo, em Rocha Miranda, por volta das 18h de domingo, para fazer a divulgação de uma festa. Eles estavam passando de moto perto do Morro do Chapadão, quando foram abordados por criminosos, que levaram apenas o jovem para dentro da favela, onde foi torturado. O amigo dele foi liberado. “Parece que ele realmente foi confundido com um militar por causa das fotos com roupa de paintball no celular. Não sabemos porque que o amigo que estava com ele foi liberado pelos bandidos”, contou abalado, o irmão da vítima, Thiago Ferreira.
De acordo com a polícia, o estudante não tem passagem pela polícia e, segundo familiares, era tranquilo e trabalhador. “Ainda não é possível cravar que ele foi morto no Chapadão, pois o corpo foi encontrado em Jacarepaguá, longe dali. Ainda é prematuro, mas não podemos descartar a possibilidade de ser morto após ser confundido”, afirmou o delegado adjunto da DH, Daniel Rosa.
A mãe de Matheus, Elizete Ferreira, esteve no Instituto Médico-Legal (IML) na manhã desta segunda-feira e reconheceu o cadáver pelo alargador de orelha e a bermuda que o garoto vestia. Depois, foi feito um exame papiloscópico que confirmou a identificação visual. “Era como um filho para mim, estive com ele desde a maternidade. Ele nunca se envolveu com crime, era um garoto querido por todos. Praticava esportes, estudava e trabalhava. É um momento muito triste para a família”, disse o padrasto de Matheus, que não teve o nome divulgado.