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Use a criatividade e dê novas funções a objetos sem uso

Foto/Divulgação

Ser designer de interiores não é apenas projetar espaços. Entre as inúmeras tarefas que o profissional deve exercer está a incrível missão de enxergar soluções nos lugares mais inusitados. Eu, pelo menos, criei o hábito de analisar os mais diferentes ambientes que frequento – desde um supermercado até o banheiro de um hotel – e proponho, mentalmente a mim mesma, novas configurações para o local, por mais bem resolvido que seja.

Assim também acontece em projetos reais. Não podemos, dessa forma, nos limitar a trabalhar somente com o novo. É preciso pensar também em elementos que já fazem parte do ambiente e dar-lhes novas funções. Não é incomum escutar de um cliente ou amigo “eu jamais teria pensado nessa solução” ou “este móvel ia para o lixo pois estava sem qualquer utilidade em casa”.

Uma porta, por exemplo, pode dar origem a uma cabeceira de cama. Aquele banco que está encostado na cozinha há anos serve perfeitamente como mesa lateral de apoio no quarto. Uma toalha de mesa comprada em viagem esquecida na gaveta faz as vezes de manta de sofá ou tapete. Um suporte de banheira de nenê sem uso pode ser a base de uma mesa de vidro…

Um lugar interessante para garimpar novas soluções deste tipo são os antiquários e casas de “família vende tudo”. Certa vez, em um projeto de um lavabo, eu estava com bastante dificuldade para encontrar uma mesinha que serviria de apoio para uma cuba, já que as dimensões estreitas do ambiente não me favoreciam. Além disso, não queria nada sob medida feito por marceneiro.

Depois de olhar em várias lojas sem sucesso, encontrei uma cabeceira de cama, daquelas tipo baú, em um bazar de uma instituição de caridade. Além de ser de madeira nobre, estar em ótimas condições, tinha a medida exata para o banheiro. Com as laterais da cama que acompanha a cabeceira ainda fiz prateleiras. O investimento foi R$ 90 e o resultado ficou muito interessante.

Muitas vezes não é preciso reformar nem restaurar a peça: basta dar um novo olhar a ela para encaixá-la em uma outra situação. A única regra nesta brincadeira é usar a criatividade e o bom senso.

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