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Caíam com um sopro

Uso de concreto evita ‘Casa dos 3 Porquinhos’

Publicado

Autor/Imagem:
Gizella Rodrigues

O comerciante Laércio Araújo, 64 anos, mora em um condomínio no Setor Habitacional Bernardo Sayão, no Guará, há 17 anos. Quando ele chegou ao local, que era uma colônia agrícola, era preciso passar por uma estrada de terra para chegar e sair de casa.

À medida que a ocupação foi crescendo, os moradores se organizaram e asfaltaram a pista principal do setor. Apesar do asfalto, a via não tinha sistema de drenagem de água pluvial. Assim, quando chovia, a enxurrada forte invadia as chácaras e formava enormes buracos na pista. “Não era pior porque a Administração do Guará sempre tapava as crateras depois de cada chuva”, conta Laércio.

Agora, os 12 mil moradores do local serão beneficiados com as obras de infraestrutura no local. Os serviços foram iniciados no final de 2018, mas estavam paralisados quando o governador Ibaneis Rocha assumiu o Governo do Distrito Federal (GDF).

A população – que teve que se acostumar com as fossas sépticas, os buracos, ruas escuras e a poeira deixada por meses pelo serviço inacabado – mal pode esperar as obras ficarem prontas, o que está previsto para 2021.

“Por enquanto, as obras causam certo transtorno. Mas no final esperamos que nossa rotina mude”, afirma Laércio. O comerciante mora no trecho 2, ponto onde as obras estão mais adiantadas. A via principal já está asfaltada e, no ponto onde ela faz uma curva, a Secretaria de Obras fez um canteiro central que divide os sentidos da via, deixando o trânsito mais seguro.

Bernardo Sayão é uma das cidades onde o GDF faz a infraestrutura que promete mudar a realidade da população. No total, R$ 938 milhões estão sendo investidos em obras em andamento e em licitação, que vão beneficiar quase 200 mil pessoas. As principais delas ocorrem em Bernardo Sayão, em Vicente Pires e no Sol Nascente.

Plano Estratégico
Garantir infraestrutura de qualidade para a população do Distrito Federal é uma das batalhas elencadas no Plano Estratégico do Distrito Federal 2019-2060 (PEDDF) e um dos desafios que precisam ser enfrentados pelo GDF para que a capital federal chegue ao seu centenário atendendo as demandas atuais da população – e, também, as necessidades das gerações futuras.

Segundo o documento, os três pilares do desenvolvimento territorial (a política de planejamento territorial, a regularização fundiária e o combate ao déficit habitacional) devem ser suportados por uma infraestrutura de qualidade para a população.

A secretária-adjunta de Planejamento da Secretaria de Economia, Adriana Lorentino, lembra que, por isso, é preciso aumentar a malha de drenagem, de pavimentação e de calçadas do DF. A lista de obras e infraestrutura é extensa: a conclusão de infraestrutura dos Setores Habitacionais Sol Nascente, Vicente Pires, Bernardo Sayão, ARIS Ribeirão em Santa Maria (Porto Rico); Mestre D’armas e Riacho Fundo 5ª Etapa, bem como a execução de infraestrutura dos novos setores habitacionais.

Em Vicente Pires, por exemplo, os investimentos chegam a R$ 462 milhões. Ao todo serão realizados 185,6 quilômetros de drenagem pluvial e 253,4 quilômetros de pavimentação asfáltica em vias equivalentes a sete metros de largura, além de 505.927 metros de calçadas e meios-fios ao longo dessas vias.

O Sol Nascente recebeu asfalto e drenagem da chuva e as obras de urbanização no Setor Habitacional Bernardo Sayão incluem a execução de 32 km de rede coletora de águas pluviais e 46 km de pavimentação asfáltica, calçadas e meios-fios.

“É prioridade do GDF levar infraestrutura para toda a população do DF. Temos um lema que diz: as obras paralisadas serão retomadas; as obras em andamento serão concluídas; e novas obras em benefício da população do DF serão iniciadas”, afirma o secretário de Obras, Izídio Santos.

Manutenção de pontes e viadutos
Também figuram como desafios para a garantia de infraestrutura de qualidade para os cidadãos do Distrito Federal a necessidade de intensificar os investimentos em manutenção e restauração de pontes, viadutos, monumentos e passarelas que estão envelhecendo como a cidade. O Plano Estratégico prevê que, até 2023, o GDF realize laudo de manutenção de 100% das pontes e viadutos do DF.

Em maio, o GDF criou um Grupo Técnico para vistoriar os mais de 700 viadutos da capital federal e disseminar a cultura da manutenção nas estruturas. Além de engenheiros e técnicos do governo, o GT é composto por especialistas de diversas entidades da sociedade civil e estudantes de instituições universitárias.

Até o momento, o grupo realizou inspeções, de forma piloto, no elevado do Córrego do Urubu, na DF-005, no Varjão; no viaduto do SIA e no viaduto da Galeria do Trabalhador.

Representante da Secretaria de Obras no GT, Maurício Canovas explica que o objetivo é, até o final de 2020, identificar as pontes e viadutos que precisam passar por manutenção. “Primeiro vamos fazer vistorias para identificar o estado de conservação de cada um deles para, depois, definir prioridades de recursos”, explica.

O GDF também deve incluir de verba específica para conservação de pontes e viadutos no orçamento de 2020, uma vez que não foi destinado recurso pelo governo anterior para o orçamento deste ano.

Faz parte das ações previstas para a realização de laudo de manutenção das pontes e viadutos do DF, a implantação e/ou modificação de estrutura funcional para inspeção, monitoramento, recuperação e reforço dessas obras.

O GDF está capacitando engenheiros das Administrações Regionais para identificar e realizar vistorias visuais de viadutos e pontes. Sessenta engenheiros de 12 órgãos do GDF já concluíram o treinamento de Inspeção Preliminar e Manutenção de Pontes e Viadutos, promovido pela Secretaria de Obras em parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER/DF).

O Plano Estratégico prevê, ainda, a redução do tempo de elaboração de projetos de engenharia para 1 ano. Para isso, esse processo será centralizado e concentrado sob gestão única. A construção de novas 10 pontes e viadutos, chamadas de obras de artes especiais, também contribuirá para o aumento da malha de drenagem, pavimentação e calçadas do DF.

Iluminação pública e ciclovias
A modernização do sistema de iluminação do DF, por meio da substituição das lâmpadas de iluminação pública para LED também é uma medida para garantir infraestrutura de qualidade para a população.

Para isso, de janeiro a agosto de 2019, a Companhia Energética de Brasília (CEB), em parceria com a Secretaria de Obras, substituiu 5.360 luminárias comuns por lâmpadas de LED em todo o DF.

Para pedestres e motoristas que trafegam na W3 Norte, por exemplo, a visão noturna foi reforçada com a instalação de 367 postes com 593 pontos de LED, além da substituição de 75 luminárias convencionais para LED. O valor investido nesta obra, concluída em junho, foi de R$ 3,3 milhões.

No mês de julho, toda a iluminação do parque Olhos D’Água, no final da Asa Norte, foi revitalizada. Foram substituídas 88 lâmpadas convencionais por luminárias de LED, para a satisfação dos moradores do bairro e frequentadores do parque. Duas regiões administrativas muito importantes do DF, Taguatinga e Ceilândia, estão com obras de revitalização em andamento.

Em Santa Maria, as luminárias convencionais estão sendo substituídas por LED na avenida Alagados, que dá acesso à BR 040 e à DF 290 (veja exemplos de locais no quadro acima).

Aliado a essas iniciativas, o Plano Estratégico prevê a ampliação da malha cicloviária em 45%, com a construção de 211 km de ciclovias.

Atualmente, o DF tem cerca de 400 quilômetros de ciclovias, entre os trechos já concluídos e os que ainda estão em construção. É a maior malha cicloviária do Brasil.

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