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Vai pilotar drone? Prepare o bolso, porque o curso custa de R$ 650 a até 7 mil reais

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Mônica Reolom

O engenheiro Reinaldo Modesto, de 41 anos, comprou um drone no ano passado para ajudá-lo no mapeamento de terrenos, uma das atribuições da empresa de topografia que administra em Jundiaí, no interior de São Paulo. Mas a aeronave “fugiu”. “Por imperícia, eu perdi o drone. Ele voou longe, assim como meu dinheiro. Em questão de segundos, a aeronave subiu 50 metros e nunca mais a vi”. O engenheiro voltou a se interessar pelo equipamento e decidiu investir em um curso teórico e prático sobre drones. “Agora a ideia é montar um e não mais comprar. E espero não perder mais nenhum”, diz.

Ainda sem regulamentação e sem uma habilitação oficial determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) sobre quem pode operá-los, os drones estão criando um novo mercado no País: o de aulas de montagem e pilotagem para esse tipo de aeronave. Os cursos custam de R$ 649 a R$ 7 mil, e têm módulos online e práticos, com duração de algumas horas a 1 mês.

“Os drones estão sendo vendidos em qualquer lugar, na Santa Ifigênia (centro), nas lojas de eletrodomésticos. É muito fácil comprar um, mas é perigoso se a pessoa não tiver recebido treinamento para operá-lo”, explica Ernando Bressan, publicitário e dono há três anos da Droneview.TV, que presta serviço de filmagem e mapeamento.

Desde janeiro, ele dá aulas mensais sobre as aeronaves em São Paulo. “As pessoas acham que basta a aula prática, mas essa é a parte mais fácil. Eu falo sobre como ingressar no mercado, as possibilidades em engenharia, cinema, publicidade e, claro, sobre segurança. Tem de preservar a privacidade, respeitar um limite de altura e manter uma distância segura de aeroportos”, afirma Bressan.

Estima-se entre 50 mil e 100 mil os veículos do tipo no País, mas não há um levantamento oficial feito pela Anac. A maior preocupação das autoridades – e dos cursos que estão surgindo – é com a segurança. Segundo Emerson Granemann, diretor da empresa de geoprocessamento MundoGEO e idealizador da primeira feira de drones no País, que ocorreu em São Paulo, em outubro, cerca de 20 mil profissionais oferecem hoje trabalho com Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants, nome técnico dos drones). No ano que vem, de 3 mil a 5 mil empregos devem ser criados.

Perfil – A escola onde o engenheiro Reinaldo Modesto fez seu curso é a Futuriste Tecnologias, aberta no ano passado em São Paulo. Raquel Molina, diretora executiva, diz que os alunos são, em geral, homens entre 25 e 35 anos – até hoje, somente uma mulher fez a capacitação. “Poucos vêm por hobby, como era no caso de aeromodelismo. Eles querem usar o aprendizado comercialmente”, afirma Raquel. Perfis variados têm buscado as aulas – na Droneview.TV, uma das turmas tinha até uma arqueóloga

O crescimento da demanda na empresa de mapeamento aéreo G-Drones fez o geógrafo George Longhitano lançar a Escola Profissional de Vants, também na capital paulista, cuja primeira turma começará as aulas em fevereiro. “São três módulos que envolvem os conceitos técnicos, pilotagem, planejamento de missões aéreas, mapeamento e processamento de dados”, explica Longhitano. “Assim que a Anac regular o uso de drones vamos buscar a certificação para os alunos saírem com ‘diploma'”, diz.

A agência afirmou em nota que a área técnica está analisando as contribuições da população a respeito das normas sobre drones. A previsão é que a regulamentação seja publicada até a Olimpíada no Rio.

estadao

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