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Paternidade:

Vasectomia entra em pauta com proximidade do Dia dos Pais

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Autor/Imagem:
Carolina Paiva, Edição - Foto de Arquivo

Com o Dia dos Pais se aproximando, muitas famílias refletem sobre a paternidade e as possibilidades que a medicina oferece. Uma questão comum entre homens que passaram por uma vasectomia, se arrependeram, ou casaram novamente e gostariam de ter um filho, é se o procedimento é reversível. Rodrigo Braz, urologista em Brasília, esclarece que, sim, a vasectomia pode ser revertida, mas o sucesso da reversão depende de diversos fatores.

A vasectomia é uma forma de contracepção masculina que envolve um procedimento cirúrgico para cortar ou bloquear os ductos deferentes – os canais que transportam espermatozóides dos testículos para a uretra. “Ao interromper esse trajeto, a vasectomia evita que os espermatozóides se misturem com o sêmen ejaculado, impossibilitando a fecundação de um óvulo e, consequentemente, a ocorrência de uma gravidez”, esclarece. O procedimento é geralmente rápido, com duração média de 30 minutos, realizado sob anestesia local, é considerado seguro e eficaz. De fato, a vasectomia tem uma taxa de sucesso de mais de 99% na prevenção da gravidez.

“Embora a vasectomia seja considerada um método contraceptivo permanente, ela pode ser revertida em muitos casos. A taxa de sucesso da reversão varia de acordo com o tempo decorrido desde a vasectomia, a técnica utilizada originalmente e a saúde geral do paciente,” explica Braz.

Vasectomia que não deu certo
Enquanto algumas pessoas querem reverter a vasectomia, outras desejam que o procedimento seja bem-sucedido em evitar futuras gestações. O caso de Marcelo Tavares, corretor de imóveis, foi diferente. Ele procurou a vasectomia após o nascimento do seu segundo filho, mas dois anos depois, sua esposa engravidou. “Até hoje não sabemos o que deu errado na vasectomia, mas o espermograma apresentou 39 milhões de espermatozóides. Agora tenho um filho de quase 3 anos, pós-vasectomia,” comenta Tavares.

No entanto, segundo Rodrigo Braz, há uma pequena chance de que os canais deferentes, os tubos que são cortados ou bloqueados durante a vasectomia, se reconectem ao longo do tempo. Isso é chamado de recanalização e é um evento extremamente raro, mas pode permitir que os espermatozóides voltem a entrar no sêmen, tornando possível uma gravidez.

“Os pacientes que são submetidos à cirurgia de vasectomia são orientados previamente sobre o risco de recanalização espontânea, que significa voltar a ter espermatozoides no ejaculado. Esse evento pode ocorrer em 1 a cada 2000 pacientes operados. Na rede estadual de saúde, é obrigatório que os pacientes passem por uma palestra nos postos de saúde, onde todas as orientações e dúvidas são esclarecidas,” explica Braz.

O mais comum no caso de gestação pós-vasectomia acontece quando o paciente não retorna ao médico para realizar o espermograma, exame que certifica o sucesso da cirurgia. Alguns pacientes não retornam ao médico para essa reavaliação e, sem a liberação do urologista, retomam suas relações sexuais sem usar métodos contraceptivos.

Em relação à reversão de vasectomia, diferentemente da vasectomia, que é uma cirurgia rápida e simples, podendo durar até 30 minutos, a cirurgia de reversão ou vaso-vaso anastomose é uma microcirurgia que utiliza um microscópio e fios cirúrgicos extremamente finos, com duração de 2 a 3 horas. “Antes de indicar a cirurgia de reversão, é necessário fazer uma avaliação criteriosa dos fatores masculinos e femininos relacionados à gestação. O tempo de vasectomia superior a 8 anos pode reduzir as chances de sucesso na reversão,” esclarece Braz.

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