Fralda na cabeça
Vassalos da CPI do Golpe darão continência a guarda de presídio
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emSadomasoquistas, malas, amantes do escárnio ou simplesmente de natureza boçal? Talvez tudo isso junto. Com algum pesar, refiro-me à parcela de eleitores que, na tentativa de perpetuar Jair Messias na Presidência da República, elegeu um volume morto de deputados e senadores vinculados à boçalidade bolsonarista. É o preço que o eleitor sério e preocupado com a nação tem de pagar. Na verdade, pagam todos, inclusive os patriotas sem brio e sem tutano. Historicamente, os políticos ruins eleitos em uma democracia são o reflexo de um povo descompromissado com seu futuro. É o caso daqueles que elegeram expressiva bancada que supostamente ingere democracia, mas não para de arrotar golpismo.
Piores do que qualquer menino do pré-maternal, os vassalos da bancada de oposição que compõe a CPMI que investiga a tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro é o maior exemplo de que políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo. Com o que sai das fraldas na cabeça, a maioria trabalha exclusivamente para tumultuar os trabalhos daqueles que de fato querem apurar a barbárie contra o Brasil. A intenção é melar a comissão. Estratégias à parte, os deboches, os gracejos, as interrupções sistemáticas e as “continências” bajuladoras são a prova da mediocridade e do obscurantismo dos parlamentares que, sabe-se lá porque, ainda abraçam a causa sem nexo de Bolsonaro.
Homofóbicos, transfóbicos, racistas e misóginos, são sanguessugas do dinheiro público. Carentes dos lençóis macios oferecidos pelo ex-mito, são pessoas sem formação alguma e com um mínimo de qualificação para exercer cargos eletivos. O que fizeram durante a sessão em que seria ouvido o tenente-coronel Mauro Cid, ex-carregador de malas de Jair, é muito mais do que falta de decoro. É falta de vergonha, de respeito com o povo, com o país, com seus familiares e amigos. Sem valores morais, depois reclamam quando são execrados nos aeroportos ou sem suas redes sociais. Se não sabem o que é ser deputado ou senador, peçam para ir ao banheiro, deem descarga e sumam junto com o que sai das fraldas.
Se a ideia é chamar atenção do clã Bolsonaro, façam diferente. Coloquem uma daquelas idiotizadas fantasias usadas no dia 30 de outubro, o Dia do Halloween, e saiam por aí gritando: “Ah, que isso?/Estamos descontrolados/É o Bonde do Tigrão/Somos osso duro de roer/Pega um, pega geral e também vai pegar você/Hakuna Matata/Yellow submarine”. É a desordem para o progresso. Como para toda ação há uma reação: a turma que quer pegar geral quem vandalizou o país no dia 8 de janeiro não respondeu, mas certamente pensou: “We are the Champions, my friends/Vem quente que eu estou fervendo/Quando a raça canta…galera se levanta/Vermelho, vermelhaço, vermelhusco, vermelhante, vermelhão…Vermelhou no curral a ideologia do folclore/E agora, José?/E agora, você/Você que é sem nome, que zomba dos outros/E agora, José?”. É o nexo do sexo dos bolsominions.
Como para quem sabe ler, um pingo é letra, espero que tenha sido claro. Pelo sim, pelo não, vale registrar que esses parlamentares de uma nota só, desprovidos de valores éticos e sociais, são os mesmos que, sem Bolsonaro com o chicote na mão, em três anos e meio terão de prestar contas a seus currais eleitorais. Aí a brincadeira e os deboches mudarão de lado. Provavelmente, alguns precisarão bater continência para o guarda do presídio. Outros terão de inventar histórias que não viveram para os netos. A maioria, porém, passará para os anais do Congresso como os anais mais afolozados do Brasil. Quanto ao carregador de malas Mauro Cid, suas visitas na cadeia e o silêncio na CPMI, resta uma única certeza: fardado, calado, mas teje preso.