Historiadores começaram, nesta segunda-feira (2), a investigar os arquivos do pontificado do papa Pio XII (1930-1958), acusado de permanecer calado durante o extermínio de seis milhões de judeus.
As autorizações para ter o direito de se instalar em uma das pequenas salas de estudo dos arquivos do Vaticano já foram distribuídas. Mais de 200 pesquisadores se inscreveram para este evento histórico, ansiosos para começar a examinar milhões de documentos.
O jovem pesquisador alemão Sascha Hinkel, entre os selecionados desta segunda-feira (2), comemorou “uma excelente oportunidade de estar entre os primeiros a ver os documentos”.
Membro da equipe de assistentes do professor de História Religiosa Hubert Wolf, especialista em Pio XII e na era nazista, ele conta com cinco anos de trabalho para tentar encontrar respostas para suas perguntas. Mas “os arquivos do pontificado ocuparão os historiadores por pelo menos 20 anos”, prevê.
“Para milhões de pessoas, católicas e judias, esses arquivos são de enorme interesse humanitário”, explica Suzanne Brown-Fleming, diretora de programas internacionais do Museu Memorial do Holocausto dos Estados Unidos, que inicia nesta segunda uma exploração de três meses.