Thiago Lasco
As velas de ignição são pequenas e de baixo custo – o preço unitário varia de R$ 12 a R$ 18 em lojas de autopeças na capital. Mas elas têm papel fundamental no funcionamento do veículo ao gerar a centelha que dará início à queima da mistura de combustível e ar que fará o motor a combustão girar.
Se as velas não estiverem em boas condições, haverá acúmulo de resíduos na câmera de combustão e aumento do consumo de combustível e das emissões de poluentes. Além disso, há risco de maior desgaste de bobinas e do catalisador, entre outros itens.
Para evitar esses problemas, é importante não descuidar da manutenção preventiva. O consultor de assistência técnica da fabricante NGK, Hiromori Mori, diz que cada montadora especifica a vida útil das velas de seus veículos, após realizar testes de engenharia.
“O manual do proprietário traz a recomendação para a troca. Nós recomendamos que elas sejam vistoriadas a cada 12 meses ou 10 mil km.”
Mori lembra que a inspeção deve ser feita por um profissional. “Por meio de exame visual é possível verificar se houve desgaste excessivo, que pode ser identificado pelo arredondamento dos eletrodos”. De acordo com ele, com uma análise mais cuidadosa dá para detectar outros problemas, como queima de óleo de motor, infiltração de líquido de arrefecimento na câmara de combustão e até uso de combustível de má qualidade.
Os cabos de ignição, que conduzem a tensão elétrica das bobinas para as velas, também devem ser checados. Se estiverem desgastados, podem prejudicar a ignição. Há casos em que os defeitos nos cabos são confundidos com falhas nas velas.
Consequências – A falta de manutenção nas velas pode custar caro. “Em caso de desgaste excessivo ou funcionamento irregular, podem ocorrer falhas no motor, perda de desempenho, dificuldade na partida, danos ao catalisador e aumento do consumo e das emissões de poluentes”, enumera Mori. “O desgaste aumenta a tensão necessária para a produção da faísca na vela. Isso encurta a vida útil das bobinas e pode danificar os cabos de ignição.”
Falhas em acelerações e retomadas de velocidade, vibração excessiva do motor, dificuldades na partida e aumento do consumo de combustível podem ser sinais de que há algo errado com as velas. “Quando o motorista começa a perceber falhas no motor, é porque o defeito já ocorre há algum tempo”, diz o especialista.
No caso de troca, é importante que as peças de reposição estejam dentro dos parâmetros preconizados pela montadora. As fabricantes de velas têm tabelas de aplicação que indicam qual o tipo adequado para cada modelo e motor. Os cabos de ignição também têm especificações próprias.