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Buscando fôlego

Velhos aliados usam oxigênio para tirar o bolsonarismo da UTI

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Allan Almeida Duvoisin e Miguel Enrique Stédile/Via O Ponto - Foto de Arquivo

Em documentos entregues à CPI do 8 de janeiro, a ABIN mapeou pessoas, grupos e empresas que participaram e financiaram atos golpistas e ações terroristas, o que inclui atentados a bomba e sabotagem à distribuição de energia, gás e gasolina. Mas essa sequência de barbaridades não comove mais a imprensa e o público em geral.

A novidade na oposição talvez seja o envolvimento de Nelson Santini, tenente da reserva da Rota (seção da PM paulista) e em outros tempos supostamente articulador político do hoje governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), em contratos suspeitos fechados durante o governo Bolsonaro que somam cerca de R$ 25 milhões.

Afinal, o caso atinge um potencial sucessor de Bolsonaro no comando da direita e mexe com um tema sensível para os bolsonaristas: a suspeita de corrupção. Mas o que está voltando mesmo à moda é o questionamento das ações do STF, especialmente depois da fala de Luís Roberto Barroso no Congresso da UNE.

Os jornalões voltaram à carga com a decisão da ministra Rosa Weber de autorizar uma ação de busca e apreensão da PF na casa do grupo que agrediu Alexandre de Moraes e seu filho no aeroporto de Roma, gerando uma saraivada de críticas da imprensa e de constitucionalistas por abuso de autoridade.

O mesmo ocorreu com a PGR ao solicitar às plataformas digitais dados de seguidores de Bolsonaro nas redes sociais a fim de aferir o alcance das publicações do ‘capitão’ questionando o sistema eleitoral. A reclamação é de que a PGR pretenderia com isso criar um ‘índex de cidadãos por preferência ideológica’.

Tudo isso indica que a tolerância da mídia com o bolsonarismo é maior do que a despendida com procuradores da República e ministros da Corte. Sem ter muito o que dizer do desempenho econômico do governo, as corporações midiáticas agora tentam desarmar a estratégia do Executivo e do Judiciário de deixar o fascismo para trás.

Se somarmos a isso a resistência da bancada evangélica em aderir à lógica do Centrão e em apoiar o governo, veremos que, embora o bolsonarismo esteja agonizando, tem muita gente disposta a tirá-lo da UTI.

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