É um pouco maior que uma geladeira grande, o espaço para os passageiros é similar ao de uma classe econômica de avião e o motor tem apenas 24 cavalos, mas o pequeno Fiat 126p virou sensação em Cuba, décadas depois de sua fabricação.
De acordo com a agência Associated Press (AP), atualmente existem cerca de 10 mil unidades registradas do modelo, apelidado de ‘Polski’, o que aponta para sua origem.
O Fiat 126 nasceu na década de 1970 para ser um substituto do 500, mas os carros que chegaram à Cuba são uma versão produzida na Polônia socialista, por isto a letra “p” depois do 126 e o apelido carinhoso.
A existência do modelo de 2 cilindros foi praticamente esquecida no ocidente após a queda do muro de Berlim, mas em Cuba eles foram muito bem tratados.
“É o meu segundo filho”, diz Ramsés Fernández, dono de um Polski fabricado 39 anos atrás.
Em Cuba, o salário médio é de US$ 25 ao mês, e o preço dos veículos é controlado pelo governo, que deixa os carros inacessíveis para a grande maioria da população. O Polski é uma das opções para famílias que conseguiram poupar ou que têm parentes no exterior enviando dinheiro.
O técnico de computação Raúl Seoane, de 32 anos, juntou parte do dinheiro mandado por parentes na Espanha por anos para comprar um Polski 1986 por cerca de US$ 2 mil.
Ele usa o veículo para trabalhar e levar parentes ao médico, por exemplo, mas ficou surpreso com a quantidade de turistas que pedem para tirar uma foto com o carro na rua.
“Os estrangeiros tiram fotos como se nunca viram um”, afirmou Seoane à Associated Press. “O Polski, por ser um carro econômico, está no auge”, completou.
Os mecânicos autodidatas de Cuba, que mantêm clássicos americanos da década de 1950 rodando, agora voltam suas atenções para o compacto, incluindo suspensão mais forte, motores potentes e som.
No entanto, o motor do Polski pode esquentar facilmente, por isto, muitos proprietários andam com a porta traseira aberta para ajudar a refrigeração.