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Vem aí sprout, a pílula rosa para estimular a libido das mulheres

Um painel de especialistas recomendou aos reguladores americanos a aprovação do flibanserin, a primeira droga para estimular a libido feminina, desde que medidas adicionais sejam tomadas para garantir a segurança da medicação.

A FDA (em inglês), agência que regula o setor de remédios e alimentos nos Estados Unidos, já havia rejeitado esse medicamento duas vezes, alegando que sua eficácia foi muito modesta em comparação ao placebo. Embora a agência não seja obrigada a seguir os conselhos do painel, costuma fazê-lo com frequência.

Agora, a comissão de especialistas votou, por 18 a 6, a favor da entrada do “viagra feminino”, do laboratório americano Sprout Pharmaceuticals, no mercado.

Entre as preocupações dos que votaram contra, estão as interações negativas com o álcool, os riscos de desmaio, sonolência, pressão baixa, enjoos e a ausência de dados sobre os efeitos do uso do medicamento em longo prazo.

A maioria afirmou, porém, que a aprovação do flibanserin dará pela primeira vez uma alternativa às mulheres com baixo interesse sexual. Eles ressaltam que, além de se especificar as contraindicações na bula, é necessário orientar os médicos e continuar os estudos, mesmo após a comercialização.

A recomendação favorável ao flibanserin acontece após meses de pressão do fabricante desse tratamento, destinado a mulheres que não chegaram à menopausa, mas apresentam baixo desejo sexual.

O caso provocou polêmica, e grupos feministas lançaram abaixo-assinados pela aprovação do medicamento. Em um deles, o grupo Even The Score acusou a FDA de sexismo por ter rejeitado o flibanserin duas vezes, enquanto o Viagra já era vendido desde 1998 para tratar a disfunção sexual masculina.

A agência negou categoricamente essa acusação.

Em 2010, a FDA rejeitou uma primeira solicitação. Logo depois, o flibanserin foi vendido por seu desenvolvedor inicial, o laboratório alemão Boehringer Ingelheim, para o Sprout Pharmaceuticals.

Após levar em consideração várias deficiências apontadas pela FDA, o Sprout apresentou uma nova fórmula em 2013, novamente rejeitada. Na época, a agência americana alegou que a reduzida diferença de eficácia do flibanserin com o placebo não justificava os riscos implícitos no consumo do medicamento.

Nessa terceira tentativa, o Sprout Pharmaceuticals apresentou novos dados, incluindo um estudo que mostra que esse remédio não afeta a capacidade das mulheres para dirigir um automóvel, por exemplo.

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