Venezuela condena líder da oposição a 14 anos de prisão
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emA Justiça venezuelana condenou, nessa quinta-feira (10), o líder opositor Leopoldo López a 13 anos e nove meses de prisão por incitação à violência durante uma marcha contra o governo de Nicolás Maduro.
Trata-se da maior pena possível para delitos de instigação pública, associação para delinquência, danos à propriedade e incêndio – previstos no Código Penal e na Lei Orgânica contra a Delinquência Organizada e Financiamento ao Terrorismo.
O advogado Juan Carlos Gutierrez disse que a defesa apelará “nos próximos dias” à sentença, que qualificou como “violação sistemática dos direitos humanos” e falha “baseada em mentiras”. Ele disse que não há uma “base jurídica sólida” para a sentença.
Os principais dirigentes oposicionistas da Venezuela classificaram a sentença para López, fundador e líder do partido Vontade Popular (VP), de “infame”, uma “provocação” produzida por uma “Justiça podre”.
“Esta sentença contra Leopoldo López é definitivamente uma provocação. Não se esqueça que estamos a 87 dias de eleições cruciais na Venezuela. Eleições que o governo está perdendo”, disse o secretário executivo da Mesa da Unidade Democrática (MUD), Jesús Torrealba, ao canal CNN.
Henrique Capriles, que foi candidato à presidência duas vezes escreveu em sua conta no Twitter: “a Justiça na nossa Venezuela está podre. Hoje mais do que nunca entendemos que o caminho para a liberdade de Leopoldo e de todos começa no #6D”, disse em alusão às eleições, a serem realizadas no dia 6 de dezembro.
Ao saírem do Palácio da Justiça, onde foi proferida a sentença, familiares e colegas opositores de López se dirigiram à praça Bolivar, no município de Chacao, onde falaram a dezenas de simpatizantes sobre o resultado do julgamento, a posição do dirigente condenado e as ações que serão organizadas nos próximos dias.
A manifestação que resultou na condenação de López ocorreu no dia 12 de fevereiro de 2014 e não foi somente convocada e organizada pelo líder do VP, mas por vários outros dirigentes da oposição. A pena deverá ser cumprida na prisão militar de Ramo Verde, próxima a Caracas – onde ele já está preso há mais de um ano e meio.
A esposa de López, Lilian Tintori, pediu aos simpatizantes do marido que mantenham a calma e esperem “a convocação” que o líder fará “junto com seus companheiros” da aliança opositora MUD. Ela anunciou que López emitirá um comunicado nesta sexta-feira (11).
Segundo Tintori, durante o pronunciamento da sentença, o marido permaneceu tranquilo e disse ao militar que o acompanhava: “me coloque as algemas, porque elas não serão tiradas nem pela juíza nem pela Justiça injusta. Estas algemas serão tiradas pelo povo da Venezuela.”