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Estado falido

Venezuela impõe descontos e desagrada lojistas

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“Oferta: 30% de desconto!” Desde que o governo venezuelano grudou o cartaz na vitrine, a sapataria de Juan Vieira tem filas de mais de 20 pessoas que acabam com o estoque. Mas Juan não está feliz: “do que me serve vender, se dou meu produto de presente?”.

Mergulhada em uma grave crise econômica, com uma inflação fora de controle e escassez de alimentos, as festas de fim de ano devem ser austeras na Venezuela. Mas o governo de Nicolás Maduro decidiu agradar os venezuelanos, esquecendo momentaneamente suas palavras de ordem contra o consumismo.

No começo do mês, mandou um exército e fiscais e militares para impor descontos em mais de 200 lojas de roupas e acessórios em Caracas, onde assegura que seus donos teriam elevado os preços dos produtos entre 300% e 500%.

Nesta sexta-feira (9), foram apreendidos 3,8 milhões de brinquedos de uma empresa acusada de reter e praticar sobrepreços de até 34.000%, para sua distribuição a preços subsidiados.

“Nosso presidente operário nos ordenou garantir os preços justos ao povo e estamos cumprindo [essa determinação]. Estes pistoleiros econômicos não poderão tirar de nós um Natal feliz”, afirmou William Contreras, chefe da Superintendência Nacional para Defesa dos Direitos Socioeconômicos (Sundde), durante uma operação.

No sábado passado foi a vez da sapataria de Juan, no centro histórico da capital, onde a maioria das lojas oferece descontos forçados de 30% com o selo do governo, às vezes escrito à mão: “Oferta Sundde” ou “Desconto de 30% Sundde”.

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