Um dos 33 magistrados nomeados na sexta-feira pela Assembleia Nacional, de maioria oposicionista, foi detido na noite de sábado, dia em que milhares de pessoas marcharam pela capital contra o projeto do presidente Nicolás Maduro de reescrever a Constituição do país. Novos protestos estão previstos, incluindo uma paralisação de 48 horas durante a semana.
A maioria oposicionista da Assembleia Nacional venezuelana nomeou na sexta-feira, 21, 13 magistrados e 20 suplentes do máximo tribunal, em claro desafio contra o governista Tribunal Supremo de Justiça, que declarou nulo o ato dos congressistas e pediu que se tomassem medidas de coerção contra os envolvidos neste processo.
O presidente do Congresso, deputado Julio Borges, confirmou a detenção do recém nomeado magistrado Ángel Zerpa e denunciou no Twitter que havia tido início “uma perseguição da ditadura de Maduro a magistrados juramentados constitucionalmente”.
Até o momento, as autoridades não comentaram a detenção de Zerpa.
Por outro lado, a coalizão da Mesa de Unidade Democrática convocou para quarta-feira, 26, uma paralisação cívica nacional de 48 horas e para sexta-feira, 28, uma grande mobilização com o objetivo de dar mais força aos protestos. O anúncio foi feito pelo deputado Simón Calzadilla.
Durante o sábado, milhares de pessoas responderam ao chamado da coalizão oposicionista e mobilizaram em Caracas e outras cidades do interior. Os manifestantes lutam contra o projeto de Maduro de convocar eleições para o próximo domingo, 30, para Assembleia Constituinte.
Cerca de cem pessoas morreram em conflitos entre o governo e a oposição.