Vênus, do Paraíso ao Inferno. Como foi e por que foi?

Um novo estudo realizado por pesquisadores dos Estados Unidos revelou que Vênus, planeta superaquecido e tóxico, pode nem sempre ter sido o inferno hoje, informa o Science Alert.

De acordo com a publicação, os cientistas avaliam que, no passado, o planeta teria oceanos, mares e rios, até que algum cataclismo não especificado, cerca de 700 milhões de anos atrás, acabasse com tudo.

“Nossa hipótese é que Vênus pode ter tido um clima estável por bilhões de anos”, disse Michael Way, cientista planetário do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa. “É possível que o evento de ressurgimento quase global seja responsável por sua transformação de um clima semelhante ao da Terra para a casa infernal que vemos hoje”.

Os autores da pesquisa, cujas descobertas foram apresentadas em Genebra, sustentam que Vênus “passou a maior parte de sua história com água líquida superficial, com um clima temperado estável semelhante ao da Terra. Isso durou ao menos por três bilhões de anos, até desaparecer por completo, supostamente de maneira repentina”.

“Algo aconteceu em Vênus, onde uma enorme quantidade de gás foi liberada na atmosfera e não pôde ser reabsorvida. Na Terra, temos alguns exemplos de desgaseificação em larga escala, como a que provocou uma extinção em massa (na época dos dinossauros), mas nada em escala semelhante ao que foi registrado em Vênus”, explicou Way.

Embora ainda não esteja claro exatamente o que esse evento poderia ter sido, se as descobertas dos cientistas estiverem corretas, suas pesquisas sugerem efetivamente que outros exoplanetas semelhantes a Vênus podem não ser tão inóspitos quanto se acreditava anteriormente.

“Nossos modelos mostram que existe uma possibilidade real de que Vênus possa ter sido habitável e radicalmente diferente da Vênus que vemos hoje”, acrescentou Way. “Isso abre todos os tipos de implicações para os exoplanetas encontrados no que é chamado de Zona de Vênus, que de fato pode hospedar água líquida e climas temperados”.