O vereador Cabo Anjos (PDT) alegou ter sido agredido com um soco pelo colega Everaldo Fogaça (PTB) ao tentar apartar uma briga entre o parlamentar e o secretário municipal de Administração de Porto Velho, Mário Jorge de Medeiros, na manhã desta segunda-feira (14). A confusão aconteceu durante uma reunião na Câmara Municipal para discutir supostas irregularidades na contratação emergencial da nova empresa de transporte coletivo da capital.
“O vereador levantou para atacar o secretário Mário Medeiros, fui apartar e já senti o murro no nariz. Vou atrás dos meios legais, porque fui separar uma briga e eu que fui agredido”, contou Cabo Anjos. Para o parlamentar, o episódio é inadmissível. “Isso aqui é uma Casa de leis, nós temos que ter postura ética. Nós somos pagos para criar leis e fiscalizar, não para estar brigando e batendo na cara dos outros”, completou.
Fogaça se defende. “O Mário Medeiros me xingou, fui pra cima dele e Cabo Anjos entrou no meio. Quando o Mário levantou, bateu o cotovelo na cara do Cabo Anjos”, argumenta o vereador. Já o secretário municipal não comentou o caso.
A reunião desta segunda foi convocada pelo vereador Jair Montes (PTC), que pediu explicações ao presidente da comissão de licitações da prefeitura, Sávio Gomes de Brito, sobre as mudanças em alguns itens do edital de contratação emergencial do transporte público.
Conforme denúncia do motorista Marcelo Magalhães Santos, as alterações teriam sido feitas para beneficiar a empresa vencedora do chamamento público. Ele foi convocado a prestar esclarecimentos na reunião desta segunda, mas não compareceu.
Uma das mudanças apontadas e questionadas pelos vereadores se refere à exigência de comprovação de qualificação técnica. No primeiro edital, lançado em maio deste ano, era necessário que a empresa venecedora apresentasse atestado para comprovar a qualificação. Já no segundo edital, o requisito passou a ser de que apenas um dos profissionais da companhia fosse qualificado.
A Câmara avalia a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas ilegalidades no processo de contratação na nova empresa. A administração municipal nega qualquer irregularidade.